ATA DA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA
SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 28.12.1989.
Aos vinte e oito dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Primeira Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Luiz Machado, Mano José, Luiz Braz, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa, Heriberto Back, Antonio Losada e Nereu D'Ávila. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídos em avulsos cópias das Atas da Sessão de Instalação e da Primeira e da Segunda Sessões Extraordinárias, que foram aprovadas. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram apregoadas a Emenda de n° 12 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 11/89, e as Emendas de n°s 11 a 16 ao Substitutivo n° 01 deste Projeto. Também, foram aprovados Requerimentos do Ver. Airto Ferronato, solicitando a retirada da Emenda n° 12 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 11/89 e da Emenda n° 08 aposta ao Substitutivo n° 01 deste Projeto; do Ver. Nelson Castan, solicitando a retirada da Emenda n° 08 aposta ao Projeto de lei Complementar do Executivo n° 11/89; do Ver. Artur Zanella, solicitando a retirada da Emenda n° 11 aposta ao Substitutivo n° 01 deste Projeto. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Substitutivo n° 01 do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 11/89, ficando prejudicados o Projeto original e as Emendas de n°s 01 a 07 e 09 a 11 e as Subemendas de n°s 01 a 03 à Emenda de n° 01 a ele aposta, bem como o Substitutivo n° 02 deste Projeto. Ainda, foram aprovadas as Emendas ao Substitutivo n° 01 de n°s 03,04,07,10,12,02, esta, por vinte votos SIM contra dez votos NÃO e duas ABSTENÇÕES. Foram rejeitadas as Emendas de n°s 01,05,06,09,13,16, esta, por dez votos SIM contra vinte votos NÃO, 14, esta, por dez votos SIM contra vinte votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, 15, esta, por doze votos SIM contra dezoito votos NÃO. Foram submetidas à votação nominal as Emendas de n°s 02 e 16, a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Clóvis Brum; e 14 e 15, a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. João Dib. O Projeto de Lei complementar do Executivo n° 11/89, Substitutivos, Emendas e Subemendas, foram discutidos pelos Vereadores Airto Ferronato, Adroaldo Correa, Décio Schauren, Artur Zanella, José Valdir, Nelson Castan, Luiz Braz, Isaac Ainhorn e Clóvis Brum e encaminhados à votação pelo Ver. João Dib. Em discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 130/89, rejeitando-se o Veto Total a ele aposto, por vinte e um votos SIM contra dez votos NÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz e Elói Guimarães, tendo sido escrutinadores os Vereadores Isaac Ainhorn e Cyro Martini. Em Discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 53/89, rejeitando-se o Veto Total a ele aposto, por dezessete votos SIM contra dez votos NÃO, após ter sido discutido pelos Vereadores Lauro Hagemann, Giovani Gregol, Elói Guimarães e José Valdir, tendo sido escrutinadores os Vereadores Luiz Braz e Luiz Machado. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 20/89, e as Emendas de n°s 02 e 03 a ele apostas, tendo sido rejeitada a Emenda n° 01, após terem sido, Projeto e Emendas, discutidos pelos Vereadores Artur Zanella e Elói Guimarães. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 112/89. Ainda, foram aprovados Requerimentos do Ver. Flávio Koutzii, solicitando que os Projetos de lei Complementar do Executivo n°s 11 e 20/89 e o Projeto de Lei do Executivo n° 112/89 sejam dispensados de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn e João Dib, acerca da Redação Final do Projeto de Lei referente à taxa de fiscalização de anúncios; do Ver Clóvis Brum, acerca das Emendas apresentadas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 11/89. Os trabalhos estiveram suspensos das dezesseis horas às dezesseis horas e cinco minutos, tendo em vista denúncia da existência de explosivo no recinto deste Legislativo, para conversações com equipe da Brigada Militar. Às dezoito horas e quinze minutos, nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos da Quinta Sessão Legislativa Extraordinária, convocando os Senhores Vereadores para a Quinta Sessão Ordinária da Câmara Constituinte, a ser realizada na próxima terça-feira, às quinze horas. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Clóvis Brum, Lauro Hagemann e Adroaldo Correa e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Wilton Araújo e Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por todos os Vereadores presentes.
O
SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Havendo
“quorum”, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão e passamos à
ORDEM DO DIA
PROC. N° 2699/89 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 011/89, que altera o artigo 5° da Lei Complementar n° 07, de 07 de dezembro de 1973. (Sistema Tributário – IPTU.) Com Substitutivo, Emendas e Subemendas.
Pareceres:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Substitutivo com as Emendas de n°s 02,03,04 e 07 e rejeição das Emendas n°s 01,05,06,08 e 09 ao Substitutivo, e 11 ao Projeto, bem como às Subemendas de n°s 01,02 e 03 à Emenda 01;
- da Comissão Especial. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela rejeição do Substitutivo n° 02 e das Emendas n°s 11,13,14,15 e 16 e pela aprovação das Emendas n°s 10 e 12.
O SR. PRESIDENTE: Com a
palavra, o Ver. Airto Ferronato para discutir.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, subo a esta tribuna para num primeiro momento
expor a nossa pretensão. Quando apresentamos a Emenda n° 08 ao Substitutivo que
nós inclusive já tínhamos a oportunidade de falar desta tribuna sobre o
objetivo da Mesa. Nós pretendemos dar ao Executivo a possibilidade...
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas tendo em vista a solicitação formulada por V. Exª com
relação à devolução de um Processo que diz com a taxa de fiscalização dos
anúncios, a sua redação final. Eu informo a V. Exª que este Processo não está
comigo e que ontem à tarde a Srª Helma, Secretária da Comissão de Justiça e
outra funcionária estiveram com todos os processos da redação final. Assinei
todos os processos e nenhum evidentemente se tratando de redação final,
permaneceu em meu poder.
O
SR. PRESIDENTE: Registrada a sua
Questão de Ordem.
O
SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, para que se ponha ordem na questão, o orador na tribuna foi
interrompido para uma Questão de Ordem e não era. Eu acho que a Questão de
Ordem deve ser formulada dizendo o assunto.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente,
lamentavelmente, o nobre Ver. João Dib incorreu num erro. Trata-se de um
assunto relevante em que V. Exª colocou microfone da Presidência desta Casa e
eu tinha obrigação de esclarecer pela responsabilidade que o assunto requer. Se
o Ver. Dib não entendeu, paciência. Ainda solicitei o respeito e atenção do
nobre Ver. Ferronato, pedido-lhe desculpas, para esclarecer este assunto da
mais alta relevância, da relevância dos assuntos que V. Exª colocou pelo
microfone. Sou grato.
O
SR. PRESIDENTE: Ver. Airto
Ferronato, nós vamos começar a partir de agora a marcar o tempo de V. Exª.
Pedimos silêncio ao Plenário. A palavra está com V. Exª, Ver Airto Ferronato.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sou grato, Sr.
Presidente, mas, queremos dizer que este, talvez, seja o Projeto que mais
trouxe repercussão a nível de imprensa e que mais discussões se travaram nesta
Casa a seu respeito. Por isto reputamos interessante expor o que pretendemos
com a Emenda n° 08 ao Substitutivo, que tem parecer contrário - ao menos tinha
- do Relator, Ver. Lauro Hagemann. O que estamos propondo? Estamos propondo que seja concedido um
desconto de 22% ao contribuinte que venha a demonstrar interesse em pagar o seu
débito em uma única parcela, em janeiro. Se o contribuinte resolver pagar no
mês de fevereiro, ele teria um desconto de 12%.
Então,
entendemos que com este primeiro artigo desta Emenda, damos ao contribuinte a
faculdade, em primeiro lugar, de não sofrer reajuste excessivo relativo à
correção da base de cálculo de 1988 e, num segundo momento, viabilizar que o
contribuinte, se quiser pagar de uma só vez no mês de janeiro ou fevereiro, ele
estaria fugindo também da BTN do mês, do ano de 1990, ou seja, ele estaria
saindo fora da ORM. Por isto acreditamos que o primeiro artigo tem uma função
bastante interessante, a nosso sentir, de viabilizar ao contribuinte, em
primeiro lugar não sofrer um acréscimo decorrente da inflação de 1989. E em
segundo momento sair, fugir da BTN do ano de 1990. Já temos inclusive a posição
favorável da Bancada do PT, que há muito já tem nos comunicado que votaria favorável
a esta Emenda. Então num artigo nós propomos um pagamento antecipado, janeiro e
fevereiro, e no artigo seguinte nós propomos o seguinte: poderá ser recolhido o
imposto corrigido monetariamente, até 30 de abril, com desconto de 10% e até 30
de junho com desconto de 7%.
Gostaríamos
de dizer que de abril a dezembro nós temos nove meses, de julho a dezembro nós
temos seis meses. Com essa nossa Emenda nós estamos dando ganho real ao
contribuinte de 1%, além do número de meses no exercício. Ou seja, ele ganharia
pagando antecipado, mais de 1% ao mês em termos reais, por quê? Ele estaria
saindo fora da BTN. Apresentamos essa Emenda e acreditamos que com ela estamos
dando um instrumento ao contribuinte que venha minimizar os reflexos da
inflação do ano de 1990, que possivelmente virá, e mais, minimizar a nível de
correção monetária dos valores para o ano de 1990. Então essa é a nossa
colocação inicial. E mais, dizer que aqui na Casa nós não temos nenhum Projeto
de Lei que aumente o IPTU, isso tenho dito uma série de vezes. Não é verdade
que o Projeto de Lei está aumentando o IPTU, o que aumenta o valor do imposto a
pagar é o Decreto do Executivo que atualizou a base de cálculo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Vereador
Adroaldo Corrêa.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, longo é o processo de discussão desse Projeto que
já está para avaliação definitiva desta Câmara no dia de hoje. Cobrados fomos
muitas vezes numa ampla discussão e muitas vezes dissemos que a faríamos e a
fizemos e esta Câmara teria oportunidade de contribuir com o Projeto do
Executivo, apresentando Emendas - dez - entre elas dois Substitutivos,
refletindo objetivamente as diversas correlações existentes dentro desta Casa e
principalmente, no nosso entender, o interesse desta Câmara de aprovar o melhor
para a Cidade. Achamos que o Projeto tem mérito e concordamos com a opinião do
Vereador Airto Ferronato de que o Projeto se reveste de um escalonamento e
diferenciação e que se aumento há em relação ao IPTU, não se encontra nesse
Projeto e sim na atualização da base de cálculo já feita pelo Executivo. Nós
temos certeza de que algumas Emendas apresentadas a esse Projeto têm o objetivo
de ampliar o norte do que é oferecido pelo Executivo de que a aplicação do
imposto se dê conforme as realidades diferenciadas das regiões da Cidade e da
qualidade da posse. Serão aprovadas pela maioria deste Plenário. Contamos com
certeza que esta orientação que define o Projeto na sua origem, resultado do
programa de quem neste momento administra a Cidade, que busca a justiça
tributária, tem relação com a necessidade da Cidade de recolher o tributo, mas
também de equilibrar a forma de arrecadação da receita, conforme as posses do
cidadão. Somos contrários, por este ponto de vista, ao Projeto Substitutivo do
Vereador João Dib, na medida em que ele permite apenas a aplicação da inflação
sem caracterizar a diferenciação objetiva entre os cidadãos desta Cidade,
pré-existente e não por nossa vontade, que lutamos para que as diferenciações
sejam eliminadas. O Substitutivo de V. Exª não estabelece relação com a forma
de arrecadar de acordo com a propriedade e o valor desta propriedade, no nosso
entender a contrariedade se dá no fundo, na questão em que o nosso Projeto se
apresenta como um elemento distributivo dos recursos a partir da arrecadação.
Somos a favor do Substitutivo do Ver. Isaac Ainhorn, desde que acatada a nossa
Emenda de n° 02 em relação ao primeiro parágrafo desse Substitutivo.
Acreditamos que tem mérito a Emenda n° 03 do Ver. Isaac Ainhorn que relaciona
os mutuários do sistema de habitação e a eles propõe uma forma também
diferenciada de arrecadar o tributo assim como é meritória do nosso ponto de
vista, e deve ser acatada por esta Casa ou pela maioria, a Emenda n° 04 do
mesmo Vereador, onde se impõe uma restrição à aplicação do imposto ao
proprietário de um único imóvel para fins residenciais e Porto Alegre. Do mesmo
Vereador as Emendas n°s 05 e 06 merecem a nossa contrariedade. Do nosso ponto de
vista, elas enfrentam, se confrontam com a lógica do Processo e inclusive com a
lógica das últimas Emendas citadas, 03 e 04 do mesmo Ver. Isaac Ainhorn. Nós
achamos que a Emenda comentada pelo Ver. Airto Ferronato sofre de uma questão,
do nosso ponto de vista, talvez até já acostumados com a discussão dentro da
Lei Orgânica, de aprovação de Lei similar por anterioridade. Na sexta-feira,
votamos aqui, dentro do Projeto que faz diferenciações, tarifas e isenções para
o ISSQN uma Emenda ou um artigo que contempla a Lei Complementar n° 07 no art.
82 e fixa em 20% de abatimento do imposto para o pagamento a vista no mês de
janeiro e teríamos, se aprovada a Emenda n° 08, de autoria do Ver. Airto
Ferronato, duas leis com duas formulações diferenciadas para o mesmo objeto no
que, salvo melhor juízo, gostaríamos de ficar com a interpretação de que
deveríamos ter apenas uma lei para o mesmo objeto.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Adroaldo Corrêa, aquela proposição aprovada numa lei anterior, ela gira, ela atinge a todos os tributos e essa proposição é específica para o IPTU. Portanto, não entendemos que não tem nenhuma validade esse tipo de aprovação da lei anterior porque, aquela dá 20% de desconto a todos. Quanto a nossa proposta em si, ela tem o segundo artigo que também propicia, são dois artigos a Emenda n° 08; um que ela traz basicamente o que foi aprovado a nível de ITBI e o segundo artigo que propicia ao contribuinte pagamentos em abril e em junho corrigido monetariamente. Colocamos um parágrafo onde diz o seguinte: “Somente poderá ser beneficiado com essa modalidade de pagamento o contribuinte que tenha recolhido integralmente o imposto correspondente às parcelas anteriores”, ou seja, se ele quiser um desconto em junho ele terá que ter pago as parcelas até maio, e mais, ele corrige o valor do imposto pela URM, nós entendemos que aí inova, porque abre a possibilidade de mais uma vez o contribuinte pagar antecipadamente. Com isto, ganha o contribuinte porque foge da inflação e ganha a Prefeitura porque recebe antecipadamente com um desconto bem razoável ao meu entendimento. Então, nós não podemos nos filiar a esta posição de que onde se aprovou a Lei anteriormente no Código Tributário, modificando o Código, venha prejudicar esta nossa Emenda. Era a minha colocação inicialmente.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: V. Exª até
pode estar com a razão e nós estamos abertos a um entendimento que propicie
encontrar a melhor proposta para o tema em debate. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Décio Schauren.
O
SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós nos inscrevemos para debater aqui
alguns números do IPTU. Inicialmente havia sido distribuído pela Secretaria da
Fazenda aos Vereadores, uma tabela onde foi feita uma projeção de inflação em
1989 de 1.500%. Nessa tabela nós tínhamos um número de 63.106 contribuintes
isentos e seguia a tabela então, até os que pagariam 100 cruzados, eram 100
mil, e 43 assim por diante. Considerando que já se tenha uma certa certeza de
quanto vai ser a inflação de dezembro, considerando a inflação de dezembro 55%,
nós teremos em 1989 uma inflação de 1.782%, inflação acumulada, e com essa
inflação acumulada de 1.782%, a Secretaria da Fazenda já projetou outros
números. Nós teremos com essa projeção se nós compararmos o total do IPTU em
janeiro de 1989, compararmos com janeiro de 1990, nós teremos em janeiro de
1990 uma redução de 2%. Então, alguém poderá perguntar, mas afinal onde está o
ganho desse Projeto? Evidentemente, o ganho do Projeto está em que para 1990
haverá uma correção mensal das parcelas, por vencer, por que nós temos esta
redução de 2%? Por que o valor do imposto residencial com o Projeto que a
Administração Popular apresentou tem uma redução de 32%, quer dizer tem uma
redução de quase 1/3; o valor do não residencial tem um aumento de 9% enquanto
que o valor do imposto territorial, este sim tem um aumento de 39%, e isto se
deve porque uma das intenções do Projeto da Administração Popular é combater a
especulação. Alguns outros números: com esta projeção em cima de uma inflação
de 1.782% teremos, em 1990, 132.138 contribuintes isentos, comparando com 1989
tínhamos em torno de 90.000 isentos, agora passa para 132.138 isentos. Um outro
dado importante: com o Projeto do Executivo teremos, em 1990, 86% dos
contribuintes, isto significa 292.700 contribuintes irão pagar menos de 500
cruzados ao ano. Temos aí incluídos os isentos, evidentemente, que este valor
de 500 cruzados é um valor a níveis de 31.01.1990, se nós deflacionarmos este
valor para hoje, teríamos este valor de 208 cruzados anuais. Em termos mais
claros, em 1990, 86% dos contribuintes pagarão igual ou menos de 17 cruzados e
33 centavos, em termos de valor real.
Um
outro dado importante: vamos ao outro extrema, vamos aos que pagam mais, nós
teremos, em 1990, 5.214 contribuintes, ou seja, 1,5% que pagam mais de 3 mil
cruzados ao ano. Evidentemente que isso em valores de 31 de janeiro. Se nós
deflacionarmos esse valor, quer dizer, deduzindo a inflação de janeiro e parte
de dezembro, nós teremos 1.248 cruzados em termos de valor real, ou seja, 104
cruzados mensais.
Então,
para quem diz que muitas pessoas seriam obrigadas a vender o seu imóvel por
causa do IPTU, realmente hoje está claro que isto é uma afirmação absurda.
Todas as pessoas que foram até agora no 2° andar, da Secretaria da Fazenda,
verificar o quanto vão pagar de fato, saíram de lá aliviados, saíram de lá
convictos de que essa história de que tem gente que vai ter que vender o seu imóvel,
de fato é uma história da carochinha. Porque de fato alguns valores continuam
ainda sendo ridículos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Nós vamos apregoar
a Emenda do Ver. Artur Zanella que altera o artigo 5° da Lei Complementar n°
007.
Encerrada
a discussão.
(Um
Vereador pede a palavra.)
O
SR. PRESIDENTE: Mas V. Exª não
estava inscrito, V. Exª poderia encaminhar a Emenda e não discutir, mas a
taquigrafia está atenta e a gravação também. Estão abertas ainda as inscrições
para a discussão.
O
Ver. Artur Zanella é o último inscrito da relação.
O
SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma discussão um
pouco esotérica a deste Projeto, eis que a maior Bancada da Casa não está
presente. Então fica extremamente difícil defender uma proposta, defender uma
Emenda, quando a maioria não está e se eu não estivesse neste momento
discutindo esta Emenda, a discussão já teria encerrado. Então fica uma situação
extremamente difícil. Mas dizia um grande Vereador desta Casa que não retornou
por uma injustiça, que era o Ver. Hermes Dutra, que dizia que falaria para
ouvidos poucos. Falarei para ouvidos poucos e ausentes.
Mas, Sr. Presidente, apresentei uma Emenda que é
semelhante ao Substitutivo apresentado pelo Ver. Castan. E apresento, Sr.
Presidente, com toda tranqüilidade porque filosoficamente eu sou uma pessoa que
apesar de não ter empresa, de não ter pai empresário, de não ter um metro de
terra em Porto Alegre. Não tenho nem um metro de terra, estou pagando para a
Caixa Econômica Estadual, 20 longos anos, quando se encerrar, serei
proprietário de 200 e poucos metros quadrados de terra. Menor que um terreno da
Restinga, diga-se de passagem.
Então eu sou defensor da livre iniciativa, não
estatizante e estamos quites neste aspecto. E eu apresento, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, uma atualização, e dizia o Ver. Décio Schauren há poucos
minutos, que aqueles que forem no segundo andar da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre saem de lá tranqüilos. O Sr. Paulo Sant’Anna esses dias aqui
também saiu tranqüilo, só que ele não sabe que aquela tranqüilidade advém do
fato de que o seu apartamento, tem um apartamento pelo que o mesmo diz, na
cobertura de frente para o Rio, avaliado em 140 mil cruzados, que deve custar
menos, hoje, que uma casa na Vila Restinga. Então, no momento em que o
ex-Vereador Paulo Sant’Anna descobrir que a avaliação dele está 5 ou 6 vezes
menos do que é o justo ele vai começar a se preocupar. E Ver. Décio Schauren,
eu tenho dito há alguns colegas meus, e agora vou dizer na tribuna que há um
costume nesse Estado, em Porto Alegre, e grande parte da população, e boa parte
da população quando retorna das suas férias no mês de março normalmente ir à
Prefeitura para pegar lá o seu carnê e paga normalmente janeiro e fevereiro
junto com março. Eu estava fazendo um cálculo agora ali, se esta pessoa tiver
pagando 100 cruzados por mês, nos outros anos ela pagaria os 100 cruzados numa
multa, com juros aquela coisa toda. Com BTN, Vereador, ele vai pagar quase 900
e poucos cruzados; não consegui terminar o cálculo porque fui chamado a essa
tribuna, e efetivamente como o supermercado tem que ser pago na hora, o colégio
tem que ser pago na hora, e os tributos normalmente podem ser pagos atrasados.
Eu torno a ter a consciência tranqüila no mês de março, no mês de abril, quando
esta Casa for cobrada por esta beteenização que eu votei a favor, o senhor verá
que muitas pessoas efetivamente terão que vender algum bem, porque não é só
este imposto, ele vai pegar outros tributos federais, estaduais, e efetivamente
se concretiza um festival tributário. Ontem eu lia no Jornal do Brasil idêntico
comentário quanto aos impostos do Rio de Janeiro, onde o Prefeito é do PDT. São
Paulo é a mesma coisa e tenho a impressão de que em Recife, na Bahia, onde é o
PFL também.
O
Sr. Décio Schauren: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Quero só dizer a V. Exª que não entendo onde é que está aquela parcela de
pessoas que irão ter que vender seu imóvel, porque, por um lado, já por tabela
anterior calculada em cima de uma inflação de 1.500%, 70% dos contribuintes
pagaria menos do que a inflação. Bem, se sabe que a inflação real é em torno de
1.782%, 86% vão pagar menos de 500 cruzados ao ano, quer dizer, eu não sei onde
é que estão as pessoas que vão ter que vender seus apartamentos.
O
SR. ARTUR ZANELLA: Só que V. Exª não me escutou muito bem, como sempre.
Eu disse claramente que irão vender outro bem e não seu imóvel. Mas, Sr.
Presidente, quero também colocar como declaração de princípios e vou citar
exemplos. Disse que quando eu estava no DEMHAB, de 1977 a 1982, eu comprei para
o DEMHAB uma série de terrenos, principalmente, na Vila Restinga. Até hoje, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na grande parte aqueles terrenos ainda estão para
construção. Então, não considero que áreas que não estejam edificadas sejam
dedicadas única e exclusivamente à especulação imobiliária. O DEMHAB não
consegue fazer loteamentos, regularizar suas áreas e não consegue dar escritura
a terrenos vendidos no tempo do Meneghetti e não conseguiu regularizar a Vila
São José. Não considero que todo o proprietário de terreno seja um especulador.
Uma das maiores queixas desta Cidade é que o loteamento leva 2, 3, 4 anos para
ser aprovado. E os loteamentos da Prefeitura levaram. Vou dizer mais, tem casa
da Restinga que até hoje não está regularizada ainda, porque não tem
matrículas, aprovações. Há poucos dias aprovamos aqui a regularização da Vila
Castel que foi feita com recursos municipais, estaduais e federais em cima da
área do hospital da Restinga. Há poucos dias recebi a resposta a um Pedido de
Informação sobre a Chácara do Banco, que era um Projeto do Ver. Valneri Antunes
e perguntei o que aconteceu à respeito da Chácara do Banco, resposta:
absolutamente nada. Então, meus senhores, por causa disto e porque eu não sou
um caçador de bruxas englobando áreas para especulação, áreas com problemas
jurídicos, áreas invadidas, áreas ocupadas, áreas como o Mato Sampaio que
serviu, talvez alguns saibam e outros não saibam, o Mato Sampaio serviu, Ver.
Décio Schauren, para que se pudesse tirar a Vila Caiu do Céu para construir o
Estádio do Grêmio Porto-Alegrense, e para levar as pessoas que estavam no Cais
dos Navegantes. Até hoje a Prefeitura nem pagou ainda o que deve pagar, fruto
de decisões. Esta minha Emenda, que dá para os imóveis residenciais até 70% da
inflação em 1989, para os imóveis não residenciais 85% da inflação, e para os
imóveis territoriais até 120% da inflação de 1989 está apresentada para o
debate e para a discussão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que
foi encontrada a Redação Final que institui e disciplina a Taxa de Fiscalização
de Anúncios - TFA, não estava realmente com o Ver. Isaac Ainhorn, estava com o
Ver. João Motta.
Solicito
ao 1º Secretário que apregoe a Emenda recebida.
O SR. 1° SECRETÁRIO: Emenda n° 11
ao Proc. n° 2.699. (Lê Emenda nº 11.)
Emenda n° 12 (Lê Emenda n° 12.)
O
SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Tendo em vista esta nova Emenda apresentada no momento, estamos
solicitando que seja retirada a Emenda n° 08.
O
SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1°
Secretário que apregoe as três Emendas apresentadas pelo Ver. João Dib.
O SR. 1° SECRETÁRIO: Emendas ao Processo. n° 2699/89. (Lê as Emendas.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. José Valdir.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, nós por diversas vezes, reiteramos, aqui nesta tribuna, os
princípios que nos norteavam em todo este processo de reforma tributária. E um
deles, muito enfatizado aqui, foi o de que quem tem mais deveria pagar mais. O
nosso conceito de justiça tributária é tratar desigualmente os desiguais.
Especialmente nesta questão do IPTU, nós colocamos isto várias vezes. Na
verdade, não estávamos sendo de maneira nenhuma inéditos porque esses mesmos
projetos e esses mesmos princípios estão sendo defendidos, não só pela frente
nacional de Prefeitos em todo o País, uma frente suprapartidária, como estão
sendo encaminhados em outras Câmaras de Vereadores, especialmente nas grandes capitais
deste País. Temos colocado isto nesta tribuna. E temos recebido em toda esta
discussão uma saraivada de acusações, parecendo que Porto Alegre está
apresentando este tipo de proposta à Câmara de Vereadores. Outra desinformação
é dizer que estávamos sobre-taxando o povo, que estávamos fazendo injustiça,
que estávamos ameaçando o já combalido poder aquisitivo da classe média,
parecendo que todas as vilas populares iriam ter aumento de dez mil por cento.
E aquilo que vínhamos insistentemente a esta tribuna colocar, aquilo que
inclusive embasa os Projetos especialmente do IPTU, não eram ditos.
Este
é o tipo da prática política que é para confundir. E muita gente, inclusive na
periferia onde eu moro, foi sensibilizado por este tipo de argumento. Agora,
este tipo de argumento não resiste aos números, não resiste aos fatos. Há pouco
o Ver. Décio colocou aqui uma série de dados. Eu só quero mostrar mais uma vez
como estamos - vamos dizer assim - apertando a classe média se num universo de
340 mil contribuintes, 163 mil contribuintes pagarão muito pouco ou não pagarão
nada, pois 102 mil ficarão isentos, e 61 mil pagarão até cem cruzados em
valores de janeiro e num universo de 340 mil contribuintes. Apenas cinco mil
duzentos e quatorze contribuintes pagarão mais do que três mil cruzados em
valores de janeiro. Se fosse em valores de hoje daria um mil duzentos e
quarenta e oito, ou seja, cento e quatro cruzados por mês de IPTU. Então, este
tipo de colocação que é feita nesta tribuna não resiste aos fatos, mas engana muita
gente. E não é só o pessoal da vila que é enganado, porque na semana passada,
sexta-feira, para minha surpresa abro o jornal Zero Hora onde vejo Paulo
Sant’Anna - insuspeito porque não é do meu Partido, ex-Vereador Paulo Sant’Anna
- confessando que também foi iludido por este tipo de argumento. Confessando
que ele mesmo foi verificar se as acusações que estavam fazendo de um aumento
de até 10.000% eram verdadeiras. E o que ele constata? Está aqui, na “Zero
Hora”, que todo mundo usa aqui na tribuna apenas quando interessa. Não estou
fazendo propaganda da “Zero Hora” e nem do “Correio” e até foi bom lembrar,
Ver. João Dib, pois tenho em mãos o discurso feito ontem pelo Deputado Raul
Pont, respondendo as acusações do Barrionuevo, o mesmo que atacou o Ver. Besson,
e que em vez de publicar a resposta do deputado na coluna de hoje, disse que o
Deputado Raul Pont estava ferindo a liberdade de expressão. Eu não entendo mais
o que é liberdade de expressão. Mas, o que diz o ex-Vereador Paulo Sant’Anna,
na “Zero Hora” de sexta-feira? “Para postar um apartamento de 160 metros de
área construída, em lugar de bela vista panorâmica, no Cristal, o meu imposto
vai ficar, em janeiro, o preço de todo o ano de 1990, de 696,92%, ou seja, o
meu imposto era registrado em cerca de 700%.” E diz mais: “Quanto se sabe que a
inflação em 1989 será de 1.521%.” “Pasmem como eu fiquei pasmado, o reajuste do
meu imposto será menos da metade da inflação, o que é profundamente injusto.”
Não sou eu que estou dizendo, é Paulo Sant’Anna, colunista de “Zero Hora”,
ex-Vereador desta Casa. Está aqui na “Zero Hora”. “... Só que injusto para os
cofres públicos municipais, exatamente o contrário do que eu pensava e que
creio que todos imaginavam, diante das notícias divulgadas. Se fosse o dobro o
meu reajuste, seria absolutamente razoável e justo, uma vez que não se podem
exigir serviços se não se pagam tributos corretos.” Essa defesa, a mesma que
sempre fiz aqui, quem está fazendo não é nenhum correligionário do PT, não é
nenhum militante do PT, não é ninguém ligado à Administração Popular, acusado
de ter voracidade fiscal, mas Paulo Sant’Anna, ex-Vereador desta Casa, que a
publicou na "Zero Hora", para minha surpresa.
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu falei sobre essa
notícia esses dias e falei de novo há 10 ou 15 minutos, então, não foi como V.
Exª disse, que ninguém falou. Eu falei sobre essa notícia e concordo com o
raciocínio do Ver. Paulo Sant'Anna, se ele vendeu o apartamento pelo valor
venal que está na Prefeitura, que é de 140 mil cruzados, terá que pagar não o
dobro, mais sete vezes mais. Ele tem uma mansão, na frente do Guaíba, e o valor
venal é de 140 mil cruzados, que ele não disse ali. Foi a única coisa que ele
não contou nessa crônica. Cento e quarenta mil cruzados um apartamento de
cobertura, na frente do rio Guaíba.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Ver. Artur
Zanella, eu folgo em saber que nós estamos começando a nos entender. É
exatamente isso que eu sempre defendi aqui. Aquele terreninho, verdadeiro
latifúndio do dono da “Máquinas Condor”, tem que pagar um imposto pesado porque
é utilizado para especulação. A cobertura de alto luxo, tem que ter um imposto
maior, estamos começando a nos entender, Ver. Artur Zanella. É por isso que
essa história de vir dizer que nós estamos querendo sobre-taxar a classe média
não é verdade. Nós estamos preocupados em tirar daqueles que especulam com a
terra e dos que têm cobertura de alto luxo. Nós temos que fazer isso para
melhorar as finanças da Prefeitura sem agravar a situação financeira dos que
ganham pouco. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Nelson Castan.
O
SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós estamos para
votar uma questão extremamente complexa, polêmica e temos que ter sempre
clareza com relação a tudo que está em pauta, em jogo neste momento. Esta Casa
já conhece a minha preocupação desde o primeiro momento em estabelecer limites,
estabelecer freios aos aumentos previstos no Projeto original do Sr. Prefeitura.
Quando eu encaminhei a minha primeira Emenda na sua justificativa está
precisamente o sentido do que significa para a cidade de Porto Alegre o aumento
da carga tributária do IPTU se o mantivermos no Projeto assim como ele está
proposto, assim como ele foi enviado a esta Casa. Naquelas condições está
provado que o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano para 1990, será
em média para toda a população de Porto Alegre de 2.700%. Neste número estão os
cálculos, estão contidos na justificativa e isso acontece por uma razão que não
foi suficientemente esclarecida no arrazoado que acompanhou o Projeto original.
Esqueceu o Sr. Prefeito e os técnicos da Secretaria da Fazenda de considerar a
diferença de imposto de 1990 para 1989 o fato de que o imposto que foi pago
neste ano foi pago em valores constantes sem nenhuma correção pela perda
inflacionária. Vale dizer que se o valor que está lá na planilha que nos foi
enviada pelo Secretaria Municipal da Fazenda for deflacionado, ou seja, se for
considerada a inflação, o valor real daquele imposto não é 18.000.000 como está
lá, mas se reduz para 3,6 milhões. Este é o imposto real pago pelo cidadão
porto-alegrense no ano de 1989. Significa que de 3,6 milhões para 350, que é a
previsão, tem aí um aumento de 2.700%. Se nós descontarmos desses 2.700% a
inflação deste ano que está terminando que é 1.700, a carga real do IPTU sobre
o contribuinte porto-alegrense se elevará em 1.000% em termos reais e desafio
quem quer que seja para derrubar este argumento. Baseado nisso, desde o
primeiro momento nós tivemos esta preocupação em estabelecer limites, e estes
limites foram estabelecidos de maneira gradual, conforme a faixa de valor venal
do imóvel. Após muitas tratativas e amadurecimento inclusive com técnicos da
Secretaria Municipal da Fazenda, inclusive com o Secretário Verle, nós achamos
por bem retirar aquela Emenda original, segundo a qual o prejuízo, a perda de
receita seria muito grande porém mantivemos uma Emenda que diz respeito apenas
aos contribuintes com imóvel de valor venal até 280 unidades de referência
municipal. É esse esclarecimento que deve ser feito aos companheiros
Vereadores, que deve ser transmitido à população de Porto Alegre porque temos
que considerar não o valor absoluto, se esta Casa ou aquela vai pagar 20, 30,
500 cruzados, mas sim o aumento relativo porque todos os itens que compõe o
orçamento de uma família têm o seu peso e que importa para o trabalhador, para
qualquer um que vive de salário, que tem a sua renda reajustada mensalmente é a
variação de um ano para o outro em termos de imposto real. Então, isso é o que
tem que ficar claro e espero que esta Casa compreenda a importância de se
colocar freios nesse aumento extremamente elevado pretendido pelo Sr. Prefeito,
principalmente freios naqueles imóveis de mais baixo valor venal. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Luiz Braz.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos
chegando praticamente ao final da votação desse pacote tributário que foi
submetido à Câmara Municipal que teve o objetivo de mudar o perfil da receita
para 1990. Dentre todos os Projetos que foram votados até agora, o Município
conseguiu praticamente a totalidade das suas intenções dos Projetos submetidos
à Câmara, a Câmara foi bastante sensível na votação de todos esses Projetos.
Hoje pela manhã quando chegava aqui nesta Casa, sentia que o meu voto que foi
importante para modificar muitas vezes Projetos que foram submetidos neste
Projeto tributário, não seria hoje, na votação do IPTU. Quando cheguei pela
manhã, Ver. João Dib, talvez tenha constatado isso, outros Vereadores que
estavam presentes, já existia um acordo celebrado entre a Bancada do PT e do
PDT, como eles são maioria na Casa, as Bancadas minoritárias praticamente
ficaram com a incumbência de dar os votos complementares que poderão apenas
ajudar naquilo que as Bancadas majoritárias na Casa já decidiram
antecipadamente numa reunião que efetuaram, se não me engano na tarde de ontem,
ontem já estava tudo decidido. Então, praticamente o que vamos fazer aqui é
apenas um papel de coadjuvante das Bancadas majoritárias. Mas essa mudança de
perfil na receita que vai servir, Ver. João Dib, quem sabe para que o Executivo
possa cumprir melhor os seus compromissos para o ano de 1990 e inclusive fazer
com que os funcionários públicos possam receber em 1990 com maior justiça os
seus salários. Essa mudança de perfil da receita que de repente o Prefeito não
precise dar explicações como ele vai ter que dar agora quando ele se declarava
absolutamente sem dinheiro e quando, de repente, o DMLU deixou o lixo acumulado
na rua e surgiu dinheiro, não sei de onde e os garis da Prefeitura que estavam
sem receber e que também, juntamente com os outros funcionários públicos
municipais...
(Continuação de gravação inaudível até o final do
pronunciamento.)
(Observação: Foi gravado em função da
greve dos funcionários.)
(Início da gravação audível.)
O
SR. CLÓVIS BRUM: Eu até pediria numa Questão de Ordem ao Sr.
Presidente dos trabalhos que fizesse a leitura da Emenda do Ver. Vieira da
Cunha, por favor, que está no processo.
O
SR. PRESIDENTE: (Lê a Emenda.)
O
SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato a V. Exª e, até gostaria que o Ver.
Vieira da Cunha esclarecesse melhor a sua Emenda. A partir de 30 de novembro é
um preço, a partir de 1º de novembro é outro preço, porque o mês de novembro
sofreu uma correção não sei aí se por volta de 42%. Se for a partir de 30 de
novembro, Vereador, morreu novembro. V. Exª diz que aplica-se a correção de
novembro? Sou grato a V. Exª. Mas isto então me tranqüiliza e já podemos votar
este Projeto aí evitando assim constrangimento porque é muito desagradável
quando a gente se mete num presente de uma pessoa. A Administração queria fazer
um presente e a gente de maneira ousada veio desalojar esta benesse, esta
gentileza que o PT estava querendo fazer com os empresários, mas de qualquer
maneira ele continua aí com a chance de fazer porque esta correção não dá o
preço real de mercado e eu digo mais, diante do poder aquisitivo a população da
Restinga ainda paga três vezes mais pelo seu lotezinho, pela sua casinha para
criar os seus filhos, lá na Restinga, do que os empresários que irão se
implantar, comprando áreas com a belíssima infra-estrutura, a melhor
infra-estrutura da Capital que é o Porto Seco de Porto Alegre.
Mas vou votar favorável com a Emenda da Liderança do PDT. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Isaac Ainhorn.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, após 30 dias de luta e de discussões em torno do IPTU, esta
Casa vota esse tributo no dia de hoje. E graças a Deus que a nossa Bancada do
PDT, freou aquilo que nós chamamos de voracidade fiscal da Administração
Municipal da cidade de Porto Alegre. Mas tivemos a sensibilidade de não
bloquear as receitas da Prefeitura Municipal. Ao contrário. Estamos conscientes
de que devemos dar recursos ao Executivo Municipal para que viabilize as obras,
para que limpe a Cidade, para que ilumine a Cidade, para que tape os buracos da
Cidade, para que não falte água e para que os salários dos funcionários
municipais sejam pagos para que não ocorra o que nós estamos assistindo no dia
de hoje, a iminência de uma greve dos funcionários do Município de Porto Alegre
- os da Câmara já estão em greve declarada, porque não receberam os seus
salários - e isso, num momento mais delicado do ano, num momento em que todo
mundo sabe das responsabilidades e dos compromissos do final do ano, não
obstante, os funcionários não receberam os seus salários. E quem vai pagar os
juros e correção monetária da virada do ano? Evidentemente que os Vereadores da
alta classe média, que moram em mansões na Zona Sul, no Moinhos de Vento,
certamente já estão entrando o ano de 1990 com seus compromissos quitados, não
tendo problemas maiores. Agora, os funcionários desta Casa, os funcionários do
Município de Porto Alegre, vão pagar seus compromissos em janeiro, com juros e
correção monetária. Isso representa uma séria defasagem salarial. No entanto,
hoje nós estamos aqui votando esse Projeto e algumas Emendas que este Vereador
formulou e que entende como necessárias e adequadas para que a população possa
pagar o importo, ao lado de uma Emenda do Ver. Nelson Castan, que preserva os
interesses das camadas de baixa renda, em que estabelece um limite de 60% da
inflação para os imóveis até 280 URM. E as propostas que este Vereador lutou e
denunciou durante três meses aqui desta tribuna e nos meios de comunicação,
mostrando que havia casos de aumento de Imposto Predial, Ver. Losada, de 7, 8,
9 mil por cento e que a comunidade não tinha condições de pagar na forma como
estava proposto. A minha proposta exatamente contempla isso, quem tem, que
pague, quem não tem condições de pagar em níveis superiores à inflação, que
requeira à Prefeitura os benefícios da lei, que preserva o quê? Exatamente a
combalida classe média da cidade de Porto Alegre, que vem sofrendo um processo
de proletarização permanente. E se a classe trabalhadora já vinha sendo
esmagada historicamente neste País e, mais ainda, nos 20 anos de ditadura, e
somando os 5 anos da Nova República, que é uma nova versão da Aliança
Renovadora Nacional e do PDS, porque o Presidente Sarney era o Presidente do
PDS e depois foi para o PMDB, nós não vamo-nos esquecer de tudo isso, Ver. José
Valdir, por isso apoiamos o candidato de V. Exª no segundo turno e quase
ganhamos. Quem sabe se com um candidato melhor para a Vice-Presidência
tivéssemos ganho as eleições presidenciais? Imaginem o Dr. Brizola na Vice, que
loucura!
O
Sr. Omar Ferri: Agradeço por sua
democracia, mas acontece que o candidato a Presidente da República pelo PT
sempre defendeu o seu candidato a Vice e teceu os melhores elogios. E sabe o
que disse, segundo um xerox que tenho sobre a minha mesa? Que o PT saiu derrotado
por causa das administrações do Partido nas prefeituras que governa neste País.
O
SR. ISAAC AINHORN: Em primeiro
lugar, agora fico satisfeito por ver V. Exª lendo “A Hora do Povo”, jornal
conhecido hoje e que diariamente chega a esta Casa, nós, que por 30 dias fomos
aliados e na luta contra a ditadura estivemos juntos. Certamente os votos que
Lula fez no Sul devem-se ao prestígio do candidato a Vice, Paulo Bisol. Nós
haveremos de votar e cinco anos passam rapidamente. Mas quero dizer que
realmente neste momento achamos que o Projeto oriundo do Executivo foi
aperfeiçoado nesses 90 dias de trabalho nesta Casa. Eu tive modestamente um
papel de denúncia dos abusivos aumentos que a Administração Popular queria
praticar contra a classe média desta Cidade, aumentos esses de 8 mil por cento.
Também o Ver. Wilton Araújo montou uma barraca no Centro da Cidade para
denunciar essa situação. Hoje estamos defendendo os interesses dessa classe
média, estabelecendo que os aumentos dos mutuários do Sistema Financeiro de Habitação,
daquelas pessoas que possuem um único imóvel, como os dos inquilinos, tenham
como patamar a inflação, porque ninguém tem condições de agüentar aumentos
superiores à inflação. As pessoas que moram na Vila Assunção, na 24 de Outubro
ou em Ipanema, estão com sua capacidade contributiva exaurida. Segundo
informações do Secretário da Fazenda, há aumentos inferiores ao da inflação
deste ano e nós, aprovando as Emendas que propõem uma limitação ao teto da
inflação aos mutuários do Sistema Financeiro de Habitação e aos proprietários
de um único imóvel residencial, estaremos preservando o leque de benefícios aos
munícipes. Ao lado disso convém ressaltar também a Emenda do Ver. Castan, que
estabelece uma preocupação muito séria com aqueles que não têm condições de
pagar sequer a inflação. Então, estabelece um patamar de 60%. É correto, é
inteligente, é procedente. E é para isso que os 12 Vereadores da nossa Bancada
estão aqui.
O
Sr. Nereu D'Ávila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Isaac, só para clareza deste
Plenário, não se pode mais afirmar que algumas faixas de contribuintes, por
mais humildes e baixo valor venal de seus imóveis, pagarão menos do que a
inflação. Todos os contribuintes de Porto Alegre pagarão mais do que a
inflação, porque o Imposto de 1989 foi pago sem correção. Então, todos os que
pagarem IPTU nesta Cidade pagarão com aumentos superiores à inflação se
fizermos o cálculo adequado.
O
SR. ISAAC AINHORN: Eu concordo com
V. Exª e digo mais, votei com absoluta tranqüilidade na criação da Unidade de
Referência Municipal mensal. Aliás, Porto Alegre está atrasada nisso, porque no
Rio de Janeiro a Administração do PDT está trabalhando com BTN fiscal, há
mudança diária. Agora o PT apresentou a proposta da URM, que é positiva, achamos
que o Imposto chega ao fim do ano defasado. Agora, só tem uma coisa, ninguém
vai poder dizer que os Vereadores desta Casa não aprovaram as leis tributárias
necessárias para dar recurso ao Município para fazer as obras que a Cidade
exige, para pagar os funcionários municipais. Ninguém poderá atirar em cima
desta Câmara esse fato, demos todas as condições, todos os recursos, tudo que o
Executivo pediu. Que agora o Prefeito Olívio Dutra trabalhe e faça as obras,
porque nós estaremos fiscalizando e vigilantes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Clóvis Brum.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, eu
serei muito breve, quero, ainda que não fique registrado nos anais, porque não
temos a taquigrafia, mas quero cumprimentar a competência, a inteligência e a
luta do Ver. Isaac Ainhorn, que quando apresentou seu Substitutivo, sobre a sua
cabeça desabou um temporal de críticas do PT, houve até desavenças na tribuna,
desentendimentos. Mas vejo que o Vereador foi persistente, e fez com que a
Bancada do PT recuasse na sua fome insaciável de tributar, de arrecadar, de
cobrar do povo. É bom que de vez em quando seja sofrenada essa Administração
que só fez uma coisa: elaborar Projetos para tributar a população de Porto Alegre;
um elenco de taxas, um elenco de alterações. Alterou toda a legislação e criou
nova Legislação para tributar a população. Não vi nenhum Projeto nesta Casa de
uma obra. Não, não vi. Em um ano de governo o PT não fez nenhum Projeto de uma
só obra, e se não fosse o Substitutivo do Ver. Isaac Ainhorn a população seria
vitalmente espoliada. Agora, rigorosamente, o PT compreendeu isso. Aprendeu de
que a sua fome estava indo longe demais; era uma sede insaciável de tributar a
população. E o pior é que uma inverdade dita reiteradas vezes até pode se
tornar uma verdade. Muitas vezes a versão é mais forte que os fatos. Eu só via
a propaganda e palavras do Prefeito; vamos retirar dos ricos para dar aos
pobres. A taxa de iluminação pública não dizia isso, mandava cobrar exatamente
dos pobres. Na taxa do esgoto pluvial 4% da arrecadação decorreria dos bairros
ricos e 96% da arrecadação decorreria dos bairros pobres. Mas a versão que se
dava era de que estava-se cobrando dos ricos. Não é verdade. Estava-se
cobrando, sim, dos pobres.
Acho,
Ver. Isaac Ainhorn, que V. Exª numa feliz batalha, oferece à Câmara e a cidade
de Porto Alegre, a oportunidade desta Casa restabelecer um princípio de
justiça, com relação à sede de tributação do PT. Pois o PT é muito bom nisso,
só sabe fazer isto, passou todo o ano fazendo Projetos para tributar a
população.
Agora,
acredito que o Substitutivo do Ver. Isaac Ainhorn, do PDT, cuja proposta também
voto, vai estabelecer uma verdade que o PT vinha escamoteando através da
imprensa, de maneira danosa aos interesses da população.
Não
podemos fazer nenhum discurso forte, porque votávamos no Lula e não queríamos
prejudicar a campanha do Lula, porque sabíamos que quem mais prejudicava a
campanha do Lula eram exatamente as Administrações Municipais do PT. Em nenhuma
cidade administrada pelo PT o Lula ganhou a eleição.
O
Sr. João Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Quero dizer que ouço com muita atenção o
pronunciamento que está sendo feito agora, e digo que o Substitutivo do PDS,
PFL e PL é ainda muito mais favorável à população, sem deixar de dar à
Administração os recursos necessários. E eu fico muito preocupado com V. Exª
porque não vejo nenhuma citação a este Substitutivo que hoje foi apresentado e
inclusive colocado à disposição de V. Exª para endossá-lo também.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato ao
aparte de V. Exª, mas na tentativa de esclarecer e de fazer justiça à luta do
Ver. Isaac Ainhorn, que não nasceu hoje, mas que já vem há três ou quatro meses
sendo contestada violentamente pela Bancada do PT, contestada a ponto de haver
discussões entre a Liderança do PT e o Ver. Isaac Ainhorn, muito preocupante.
Mas sabemos que as coisas foram restabelecidas, que o Substitutivo do PDT,
subscrito pelo Ver. Isaac Ainhorn, deverá vencer nesta tarde, deverá ser a nova
lei do imposto predial e territorial em Porto Alegre. Acredito que assim
chegaremos no final do ano com uma soma positiva de esforço em benefício da
comunidade, da população, e tentando ser o escudo da população ante a investida
permanente, de 24 em 24 horas sucessivamente ao longo deste ano, do PT, a
Administração do PT contra o povo.
Nunca
vi, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em tão pouco tempo tantos Projetos para
cobrar tantos impostos, tantos tributos, como a Administração do PT fez,
planejou e tentou executar neste final de ano. Não levou em consideração a Lei
Orgânica, não levou em consideração Orçamento Municipal, nada, só lhe
preocupava era cobrar impostos da população. Eu até acho que precisava-se fazer
alguma coisa a nível de tributos, mas não com esta violência que a
Administração Popular encaminhou tantos Projetos.
Sinceramente
foram tantos Projetos que até fiquei conhecendo mais a Lei Complementar n° 007,
de 07.12.1973 e mais as leis que instituíram algumas taxas.
Meus
parabéns, Ver. Isaac Ainhorn, que beleza de luta! Dorival Fontes, inesquecível
desembargador catarinenses, já dizia: “antes morrer do que volver.”
V. Exª
vence, vence com competência, com galhardia, e o partido de V. Exª está de
parabéns esta tarde que dá à Casa a oportunidade de desmistificar aquilo que o
Prefeito Olívio Dutra vinha mentindo à população, de que estava tirando dos
ricos para dar para os pobres. Não, a Casa deixou ele tirar dos pobres para dar
para os ricos, apesar de ter passado, o que não se pode classificar como
presente de Natal, segundo a Emenda do Ver. Vieira da Cunha, mas como um brinde
de Natal, o Projeto Porto Seco. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): A
Mesa comunica que recebeu duas Emendas ao Projeto n° 2699/89, a n° 12 de
autoria do Ver. Nelson Castan, e a de n° 16 ao Substitutivo n° 01 que serão
apensadas ao Processo. Não há mais oradores inscritos para a discussão.
Encerrada a discussão. Em votação. Para encaminhar, com a palavra o Ver. João
Dib pela Bancada do PDS.
O
SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, passamos ao momento extremamente importante da Sessão e eu pediria
agora que os nossos colegas fossem bastantes atentos ao que vai ser dito,
porque o encaminhamento é a parte final da votação. Ouvi com maior entusiasmo
todas as colocações dessa tribuna, especialmente a colocação do eminente Ver.
Clóvis Brum, saudando efusivamente a colocação do PDT, através do Substitutivo
do nobre Ver. Isaac Ainhorn. São muitas as Emendas, são muitos os Substitutivos
e nós PDS, PFL, e PL, hoje pela manhã apresentamos também um Substitutivo que
diz muito bem dos interesses da população preservando as necessidades do erário
municipal. O Executivo Municipal pretende arrecadar acima do que arrecadou
agora - 10.405% -, página 11 do orçamento. E com a proposição que nós estamos
fazendo, reduzindo as alíquotas em 25% para os imóveis residenciais e 20% para
os outros, o Executivo arrecada acima do que arrecadou este ano - 2.640%. E é
de se considerar que esses 2.640% - muito bem tem alertado o Ver. Nelson Castan
-, são beteenizados. E porque são beteenizados nós também ficamos preocupados,
estamos limitando para o ano de 1990 em 80% a aplicação dessa indexação. Quando
a Casa diz que está defendendo os interesses da população tem que entender que
o Substitutivo que nós apresentamos é o melhor para os interesses da população
e resguarda, sem dúvida nenhuma, os interesses da Administração Municipal.
Porque também nós queremos reclamar das obras que não foram feitas, das coisas
que precisam ser realizadas e até pequenas e que não estão sendo feitas. Nós
queremos ser autoridades, nós concedemos ao Executivo todas as coisas que pedem
- quase todas que pediram aqui foram dadas. No caso do IPTU, nós Vereadores,
eles constituem duas coisas: o valor venal que será afixado pelo Executivo
sempre por Decreto, e a afixação das alíquotas que nós não temos iniciativa - é
a única vez que nós vamos poder colocar um freio na Administração Municipal,
favorecendo a população. Já foi dito, já foi debatido que muitas pessoas
defendem a tese que o Imposto Predial e Territorial Urbano, poderia ser
dispensado e aprimorada outras fontes de arrecadação no Município, mas de
qualquer forma nós estamos dando o reajuste que o Executivo pede, limitando, é
claro, mas nós já demos a beteenização. Eu acho então que o Substitutivo de n°
2 que não foi citado por ninguém aqui nessa tribuna, é o que melhor atende os
interesses da população. Aliás me faz sinal o Ver. Luiz Braz que já havia falado,
e realmente falou quase que como uma Emenda, mas na realidade nós temos um
Substitutivo completo quase inteirinho e que diz bem de perto os interesses da
população e da Administração. Eu confio na serenidade, na consciência e no
julgamento de cada um dos trinta e três Vereadores.
O
SR. PRESIDENTE: Vamos para a
votação ao Substitutivo. Gostaria que os Vereadores ocupassem as suas tribunas.
Nós vamos suspender os trabalhos por cinco minutos para que a Diretoria
Legislativa possa nos dar uma orientação referente às Emendas. Senhores
Vereadores, nós estamos guardando aqui uma notícia interna, mas resolvemos
divulgar a notícia. Nós estamos com representantes da Brigada Militar no nosso
Gabinete. Eu, inclusive, não consegui conversar com eles, mas a Diretoria Geral
esteve conversando, os quais comunicaram que receberam um telefonema anônimo,
dizendo que nesta Casa iria estourar uma bomba, Srs. Vereadores, dentro de 40
minutos, mas já se passaram 39 minutos. É sério, está aí o Comando da Brigada
Militar, a nossa segurança já está trabalhando. A orientação do Comando Militar
é de que deveríamos fazer contato com a Polícia Federal, e já foi feito. Então
estamos aguardando para votar em seguida este Projeto para que possamos de
imediato, as Lideranças tomarem uma posição.
Então,
estão comunicados os Srs. Vereadores. Se quiserem permanecer, será ótimo,
estaremos juntos; estão comunicados também os amigos, amigas, as senhoras e
senhores que estão aqui assistindo a este encontro.
Estamos
suspendendo os trabalhos por 5 minutos.
(Os
trabalhos foram suspensos às 16h.)
O
SR. PRESIDENTE (às 16h05min): Estão
reabertos os trabalhos.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: Sobre a mesa,
Srs. Vereadores, Requerimento do Ver. Airto Ferronato solicitando que a Emenda
n° 08 ao Substitutivo n° 01, de sua autoria, seja retirada nos termos do art.
146 do Regimento Interno.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: Requerimento de
autoria do Ver. Nelson Castan, solicitando que a Emenda n° 08 de sua autoria,
também seja retirada nos termos no art. 146 do Regimento Interno.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: Requerimento de
autoria do Ver. Artur Zanella, solicitando que a Emenda n° 11 de sua autoria ao
Substitutivo n° 01, seja retirada nos termos no art. 146 do Regimento Interno.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Srs.
Vereadores, solicito que ocupem suas tribunas.
Vamos
para a votação. Primeiro vota-se o Substitutivo n° 01. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores Mano José e Vicente Dutra. Em razão da
aprovação do Substitutivo n° 01, ficam prejudicados o Projeto com as Emendas e
o Substitutivo n° 02.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: O Ver. Artur
Zanella pediu e obteve deferimento, de acordo com o Regimento Interno, para a
votação em destaque da Emenda n° 16 de sua autoria ao Substitutivo n° 01, recém
aprovado.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda
n° 16. Temos um Requerimento do Ver. Clóvis Brum solicitando votação nominal
para a Emenda n° 16. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Requerimento.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: (Lê a Emenda n°
16.)
O
SR. PRESIDENTE: Vamos para a
votação nominal da Emenda n° 16.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: (Procede à
chamada nominal e colhe os votos.) Sr. Presidente, 10 Srs. Vereadores votaram SIM e 20 votaram NÃO.
O
SR. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda
n° 16.
(Votaram SIM os Vereadores
Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Edi Morelli, João Dib, Leão de
Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Vicente Dutra e Wilson Santos. Votaram NÃO os
Vereadores Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado,
José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Machado, Nelson Castan, Vieira
da Cunha, Wilton Araújo, Nereu D'Ávila, Adroaldo Corrêa, Heriberto Back e
Antonio Losada.)
O
SR. PRESIDENTE: Vamos votar
primeiro as Emendas que têm parecer favorável, n°s 02, 03, 04, 07, 10 e 12.
O
SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente,
gostaria que o Secretário de maneira paciente apregoasse as Emendas, só para
que a gente vote com tranqüilidade.
O
SR. PRESIDENTE: Vamos apregoar as
Emendas. Nós vamos votar em bloco as Emendas que têm parecer favorável.
O
SR. SECRETÁRIO: A Emenda n° 02 tem
o seguinte teor: “ Manda suprimir o art. 1° do Substitutivo e seu parágrafo” do
Substitutivo já votado.
Esta
é a Emenda n° 02 ao Substitutivo n° 01 do Ver. Flávio Koutzii. (Lê.)
Emenda n° 03
do Ver. Isaac Ainhorn, diz o seguinte: (Lê.)
Emenda n° 04
do Ver. Isaac Ainhorn. (Lê.)
Emenda
n° 07 do Ver. Isaac Ainhorn. (Lê.)
Emenda
n° 10 do Ver. Nelson Castan. (Lê.)
Emenda
n° 12 do Ver. Airto Ferronato. (Lê.)
O
SR. CLÓVIS BRUM: Desejo votar
favorável a algumas Emendas e contrário a outras. Por isso pediria a V. Exª,
pelo menos, vou declarar o meu voto contrário à Emenda n° 02, do Ver. Flávio
Koutzii. Pediria que esta pelo menos fosse votada em separado. Senão, vou pedir
a votação de uma a uma. Para evitar transtorno, pediria a votação, pelo menos,
desta em separado. (Pausa.) Vou pedir que se vote uma a uma. Não vou prejudicar
o meu voto.
O
SR. PRESIDENTE: Vou ter que
solicitar ao Plenário para deliberar a respeito. Não quero prejudicar o seu
voto. Se o Plenário deliberar não há problema nenhum que seja votada separada
das demais a de n° 02.
O
SR. FLÁVIO KOUTZII: Sr. Presidente,
desejava consultá-lo se para atender o pedido do Ver. Clóvis Brum, não teria
que ter recorrido ao destaque anteriormente? Não havendo feito, não é possível.
O
SR. PRESIDENTE: No momento em que
colocamos por deliberação do Plenário automaticamente teria que ter solicitado
antes o destaque.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente,
não quero destaque, só quero votar contra a Emenda n° 02.
O
SR. PRESIDENTE: Pois não. Por isso
que estamos colocando ao Plenário se há a possibilidade de votarmos separado
das demais Emendas favoráveis.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, já
manifestei o meu voto. Sou grato a V. Exª.
O
SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a
imagem da Câmara, as pessoas que chegam aqui pensam que é isso que de vez em
quando acontece, a posição separada de um ou dois Vereadores.
Vamos
votar em conjunto. Os Vereadores que aprovam a votação em separado da Emenda n°
02, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Vamos votar
em separado a Emenda n° 02. Oito votos contrários e 13 votos favoráveis à
votação da Emenda n° 02 em separado.
O
SR. CLÓVIS BRUM: Requeiro votação
nominal para esta Emenda.
O
SR. PRESIDENTE: Em votação o
Requerimento do Ver. Clóvis Brum. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO. Vamos para votação nominal. Só para a
votação da Emenda n° 02 em separado. Então vamos votar em conjunto as demais,
as n°s 03, 04, 07, 10 e 12.
O
SR. ADROALDO CORRÊA: Posso
solicitar para que a Emenda n° 02 seja votada em primeiro lugar.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: Mas a Emenda n°
02 não foi destacada, ela vai ser apenas votada separadamente das demais. Só
isso.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Requeiro votação
nominal.
O
SR. PRESIDENTE: Já foi requerido e
aprovado.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Fico satisfeito porque
o que abunda não prejudica.
O
SR. PRESIDENTE: Imagina se
prejudicasse.
Vamos
votar a Emenda n° 02.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: A Mesa vai
começar a chamada para a votação da Emenda n° 02. (Após colher os votos.) Sr.
Presidente, 20 Srs. Vereadores votaram SIM, 10 votaram NÃO e 02 ABSTIVERAM-SE de votar.
O
SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda
n° 02.
(Votaram SIM os Vereadores
Airto Ferronato, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques
Machado, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Nelson Castan, Vieira da
Cunha, Wilton Araújo, Nereu D'Ávila, Adroaldo Corrêa, Heriberto Back e Antonio
Losada. Votaram NÃO os Vereadores Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini,
João Dib, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Vicente Dutra e
Wilson Santos. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Edi Morelli e Omar Ferri.)
O
SR. PRESIDENTE: Vamos para a
votação em bloco das Emendas n°s 03, 04, 07, 10 e 12. Em votação as Emendas, os
Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS contra os votos dos Vereadores Vicente Dutra, Leão de Medeiros, Edi
Morelli e João Dib.
O
SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria ouvir do Plenário que submetesse a votação em
separado quanto às Emendas rejeitadas, a Emenda de n° 06.
O
SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores,
nós temos em mãos as Emendas com Pareceres contrários. São as seguintes: n°s
01, 05, 06, 09, 13, 14 e 15. O Ver. Isaac Ainhorn requereu a votação em
separado da Emenda n° 06. Se votarmos as Emendas n°s 13 e 14 em conjunto,
haverá um prejuízo mútuo. A Mesa pode sugerir mas o Plenário é que tem que
decidir, mas nós poderíamos votar uma por uma. (Assentimento do Plenário.)
Solicito
ao Sr. 1° Secretário que proceda à leitura da Emenda n° 01, de autoria do Ver.
João Dib com Parecer contrário.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: (Lê.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda
n° 01. (Pausa.) os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Solicito
ao Sr. 1° Secretário que proceda à leitura da Emenda n° 05, de autoria do
Vereador Isaac Ainhorn, com Parecer contrário.
O
SR. 1° SECRETÁRIO: (Lê.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda
n° 05. (Pausa.) os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Vamos
para a Emenda n° 06.
O
SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda n° 06,
de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda
n° 06. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
O
SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda n° 09,
de autoria do Ver. Artur Zanella.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda
n° 09. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
O
SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda n° 13,
de autoria do Ver. João Dib.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação. O Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
O
SR. SECRETÁRIO: (Lê a Emenda n° 14,
de autoria do Ver. João Dib.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação o
Requerimento do Ver. João Dib, solicitando votação nominal para a Emenda n° 14.
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao
Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação
da Emenda n° 14.
O
SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada
nominal.) Sr. Presidente, 10 Srs. Vereadores votaram SIM, 20 Srs. Vereadores votaram NÃO e 01 Sr. Vereador ABSTEVE-SE de votar.
(Votaram SIM os
Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Edi Morelli, João
Motta, João Dib, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Mano José e Vicente Dutra.
Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac
Ainhorn, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Nelson Castan, Omar
Ferri, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Nereu D'Ávila, Adroaldo Corrêa,
Heriberto Back e Antonio Losada. ABSTEVE-SE de votar o Ver. Luiz Machado.)
O
SR. PRESIDENTE: Vamos votar a
Emenda n° 15. Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs.
Vereadores.
O
SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada
nominal dos Srs. Vereadores e colhe os votos.) Sr. Presidente, 12 Srs.
Vereadores votaram SIM e 18 votaram NÃO.
O
SR. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda
n° 18.
(Votaram SIM os Vereadores Artur Zanella, Cyro Martini, Dilamar
Machado, Edi Morelli, Ervino Besson, Jaques Machado, João Dib, Leão de
Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Vicente Dutra e Wilton Araújo. Votaram NÃO os
Vereadores Airto Ferronato, Décio Schauren, Elói Guimarães, Flávio Koutzii,
Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, José Alvarenga, José Valdir, Lauro
Hagemann, Luiz Machado, Nelson Castan, Omar Ferri, Vieira da Cunha, Nereu
D'Ávila, Adroaldo Corrêa, Heriberto Back e Antonio Losada.)
O
SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento
de autoria do Ver. Flávio Koutzii, solicitando seja o PLCE n° 011/89 dispensado
de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO SECRETA
PROC. N° 2345/89 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/89, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera o art. 7°, alínea “b”, da Lei n° 3.790, de 05 de setembro de 1973.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Veto Total;
- da CEDECON. Relator Ver. Leão de Medeiros: pela rejeição do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela rejeição do Veto Total.
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão.
Encerrada a discussão. Encaminha pelo PTB o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando este Projeto
de Lei foi apresentado aqui nesta Casa passava pela Secretaria Municipal dos
Transportes cerca de 500 processos de transferências que estavam trancados
dentro da Secretaria, enquanto que os profissionais do volante estavam sem
saber qual direção dar às suas vidas. Inclusive, pessoas ao final de carreira
querendo já abandonar a profissão e tendo como único patrimônio para poder
fazer uso daquele patrimônio e poder descansar os dias restantes de sua vida, aquela permissão com seu
automóvel, não podia dispor daquele bem, exatamente, porque o processo estava
trancado dentro da SMT. Este trancamento de processo dentro da SMT nunca se
havia dado antes. O Secretário Elói Guimarães que passou por lá, o Secretário
Zanella que passou por lá, o Secretário Nelson que passou por lá, todos eles
nunca trancaram processos, como foi o caso do Secretário Antonio Hohlfeldt
quando esteve na SMT, através dos seus assessores que começaram a impedir que
estas transferências pudessem se dar normalmente.
A
única coisa que modificamos no texto foi exatamente esse art. 7, alínea “b”, da
Lei n° 3.790, que diz que é possível a transferência de permissão entre
autônomos cadastrados na SMT. E quando tem um trecho que diz: “e com permissão
desta.” Pedimos para que este texto fosse eliminado. Então, ficaria o seguinte:
Motoristas autônomos, “ficaria autorizada a transferência de motoristas
autônomos, entre si, cadastrados na SMT.” Retiramos fora este trecho que fala
“com permissão desta”.
Por
isso, o Sr. Prefeito Municipal, por entender que este Projeto feria a
Constituição, contra os interesses da população, não sei no que vai contra os
interesses da população, todos os vetos são relatados assim, vetou totalmente o
Projeto.
Existem
atualmente 600 profissionais do volante, que estão com seus processos ainda
trancados dentro da SMT, outros que não querem nem apresentar o processo de
transferência dentro da SMT, porque sabem que o processo ficará trancado.
Por
isto mesmo pedimos, quando desta convocação do Prefeito à Câmara, que este Veto
fosse colocado para que fosse discutido pelos Srs. Vereadores.
Pedimos
aos Srs. Vereadores que raciocinem acerca do problema que vivem os motoristas
autônomos que não podem transferir suas permissões entre si.
É apenas uma
justiça que estamos pedindo; é apenas algo que fará com que estes motoristas
autônomos poderão agora, muitos deles que querem abandonar a profissão, ter um
patrimônio para viver o restante dos seus dias. É apenas isto que estamos
pedindo, para aprovarem, derrubarem este Veto, e permitirem que estas
transferências possam se dar. Sei que querem que os encaminhamentos sejam
rápidos, por isso solicitamos que o Plenário aja com a máxima consciência
derrubando este Veto Total aposto pelo Prefeito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para
encaminhar, o Vereador Elói Guimarães.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, nós já tivemos oportunidade de sustentar, quando da discussão
deste Projeto, que seria desnecessário este Projeto, porque a própria lei
estabelece. Mas se instalou um ranço administrativo na SMT, inexplicável, dado
que é costumeiro, é de prática, das permissões, dos permissionários fazerem as
transferências dos seus veículos. E o processo ingressa na SMT e o Secretário
prontamente despacha. Até porque é um patrimônio que representa o instrumento
de trabalho do motorista de táxi. Mas, a partir da Administração do PT na SMT
passou-se a truncar, a trancar coisa que é simples, faz parte do costume e está
na própria lei.
Então,
se faz imprescindível que se estabeleça esta disposição, conforme expõe o
Projeto, tirando com permissão, que a nosso entender deveria permanecer, só que
se tivesse uma Administração mais fraterna a este respeito, não teria
necessidade de cassar do Município este dispositivo.
É
um Projeto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que não temos dúvida, os Srs.
Vereadores vão derrubar o Veto, como se impõe.
Quero
declarar aqui, com a experiência que tivemos lá na SMT, que o taxista, o
motorista de táxi é um trabalhador. Esta história de encher a boca com
trabalhador, ela só se dá quando lidamos com ele na prática; o taxista é um
trabalhador e o seu veículo é o instrumento de trabalho que muitas vezes por
uma série de fatores ele tem que transferir, pois chega lá na Secretaria e,
lamentavelmente se tranca; melhorou um pouco. É bom que se faça justiça ao
atual Secretário, o Diógenes, melhorou um pouco, tivemos a oportunidade de
invariavelmente conversar com o Sr. Prefeito, Vice-Prefeito, a Liderança do PT
na Casa, o Ver. Flávio Koutzii que se mostra acessível a entendimentos deste
tipo. Mas lamentavelmente vamos ter que colocar na Lei algo que não precisava,
que a Administração poderia tocar, porque não há nenhum problema, pois a
própria estabelece, vejam bem, a que ponto chegamos, é autoritário. O que
pretendem dos taxistas? Então, é lamentável, que tenhamos que legislar, quando
a Administração poderia tocar naturalmente como eu fazia, e como Secretário,
durante longas datas faziam, bastava juntar a documentação, e o Secretário
imediatamente despachava para não prejudicar a vida e o andamento das pessoas.
Então, fica o nosso encaminhamento, no sentido de se derrubar o Veto, porque
efetivamente ele juridicamente não está respaldado, não tem sentido, do ponto
de vista do costume, da relação que se estabelece ao longo do tempo entre as
Administrações e os taxistas de Porto Alegre é excelente, porque eles prestam
excelentes serviços. Então, temos que derrubar o presente Veto, fazendo incluir
na Lei algo que tivesse sensibilidade da SMT. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Não havendo mais
quem queira encaminhar, convidamos os Vereadores Isaac Ainhorn e Cyro Martini
para escrutinar a votação, tendo em vista que é secreta.
Solicito ao
Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a
votação.
O
SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à
chamada.) Sr. Presidente, votaram 32 Srs. Vereadores.
(É procedido o escrutínio.)
O
SR. PRESIDENTE: APROVADO o Projeto,
portanto, rejeitado o Veto Total aposto ao PLL n° 130/89, por 21 votos SIM e 10 votos NÃO.
PROC. N° 1363/89 – VETO TOTAL ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/89, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn,
que dispõe sobre a intervenção do Executivo Municipal em empresas de transporte
coletivo urbano por ônibus de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CUTHAB. Relator Ver. João Dib: pela rejeição do Veto Total;
- da CJR. Relator Ver. Vicente Dutra: pela rejeição do Veto Total;
- da CFO. Relator Ver. Dilamar Machado: pela rejeição do Veto Total;
- da CEDECON. Relator Ver. Artur Zanella: pela rejeição do Veto Total.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. Com a palavra, Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, sei que a hora já vai adiantada estão todos cansados, mas esse assunto da intervenção do sistema de transporte coletivo da Cidade ainda enseja muita discussão. Quando se votou o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn nesta Casa, tive ocasião de vir na tribuna para dizer que os transportadores de um modo geral tinham prestado um excelente serviço à Administração Popular, dizendo qual a situação real das empresas que sofreram intervenção naquela hora, porque se o Processo tivesse caminhado sem intervenção a Administração Popular teria que se defrontar com uma verdadeira catástrofe no sistema de transporte coletivo de Porto Alegre. E eu dizia, na ocasião, que traria a esta Casa alguns elementos, pelo menos, para convalidar aquilo que eu considerava justo. É claro, Srs. Vereadores, que vou ter a compreensão de não maçar o Plenário com a leitura de todos estes relatórios que foram elaborados por empresas de assessoria técnica, pelo órgão Previdenciário, pela Receita Federal e por outras instituições dignas do maior respeito e acatamento.
Mas não posso deixar de vir aqui, até perfunctoriamente, dizer que os relatórios que estão aqui, que não são secretos, oferecem uma variada gama de argumentos para convalidar a necessidade que teve a Administração Popular de intervir em algumas empresas e até de manter esta intervenção, como foi anunciado pelo Prefeito, há dois dias atrás, por mais 60 ou 90 dias. De um modo geral, as empresas de transporte coletivo que foram investigadas por estas instituições, que são principalmente a Sudeste, São João, Nortran e Trevo, oferecem um prato cheio para quem quiser se debruçar sobre as tristes ocorrências que se verificaram nestas empresas. O melhor que se pode dizer destas intervenções, é de que as empresas foram encontradas num absoluto estado de ingovernabilidade. Os relatórios dizem isto. As empresas, de um modo geral, estavam num estado lamentável de gerência: relações de veículos que não correspondiam à realidade, desvio de recursos para outras atividades, compra e venda de materiais sem contabilização, o INPS fez um levantamento numa dessas empresas e constatou erros gravíssimos na confecção das folhas de pagamento, no recolhimento das contribuições devidas ao sistema previdenciário. A Receita Federal produziu um documento em que relata as irregularidades constatadas nessas empresas, que por ser exatamente muito longo, não vou maçar o Plenário com a leitura de ao menos parte deste relatório.
O
Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu creio que pela importância do tema e
pelo grau de isenção que poderia significar um relatório da Receita Federal a
respeito do tema, V. Exª deveria, em princípio, se acatasse a nossa sugestão,
de pelo menos destacar algumas das partes mais importantes.
O SR. LAURO HAGEMANN: Eu vou fazer o possível, pelo menos para sintetizar, porque a hora já vai adiantada e eu não queria nesta hora, a não ser cumprir o meu dever moral que eu havia assumido desta tribuna, de trazer ao conhecimento da Casa e da Cidade, de certos detalhes que configuraram, a meu entendimento, a necessidade desta intervenção.
O
Sr. João Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu pergunto a V. Exª, já que V. Exª falou em
Previdência Social, se a atual intervenção está fazendo os pagamentos todos
para a Previdência Social, se está pagando as prestações, se está fazendo a
renovação de frota, se está dirigindo bem?
O SR. LAURO HAGEMANN: Nobre Ver. João Dib, eu posso trazer estas informações numa hora posterior, mas antes preciso fazer a radiografia do que foi encontrado, para então podermos fazer um confronto entre aquilo que existia e o que eventualmente possa estar existindo hoje.
O
Sr. Artur Zanella: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Lauro, eu não gostaria que ficasse a
impressão, com o discurso de V. Exª, de que àqueles que irão votar contra o
Veto não querem que existam intervenções ou convalidem certos atos. O Projeto,
e eu vou votar, é que estas questões venham para a Câmara para se discutir este
assunto. E eu só informo a V. Exª e eu não quero discutir o assunto agora, que
ontem, num debate de rádio em que o Sr. Diógenes de Oliveira por sinal não
compareceu, encaminhando lá dois representantes que até nem foram aceitos no
debate, um dos proprietários que havia sofrido intervenção estava mostrando uma
intimação da Polícia Federal, não da Receita Federal, da Polícia Federal, para
explicar por que a empresa dele desde fevereiro não recolhia o IAPAS. Então, eu
não sou a favor nem de um lado e nem de outro. Eu só quero, e é o que vou votar
assim no Projeto, que as intervenções venham para ser discutidas aqui na Câmara
para que se tome conhecimento desses relatórios que V. Exª teve acesso por
fazer parte da Administração Popular e que eu não tenho acesso por não fazer
parte da mesma. Eu não quero e não vou querer que não hajam as intervenções. Eu
quero que as intervenções sejam discutidas aqui na Câmara de Vereadores. Só
isto.
O SR. LAURO HAGEMANN: Nobre Ver. Artur Zanella, eu lamentavelmente esqueci de dizer que não tenho dúvida de que o Veto será rejeitado e que será mantido o Projeto do Ver. Isaac e que esta Câmara vai votar. São coisas que não correspondem a realidade e que nós estamos agora tentando trazer ao conhecimento do público. Talvez até, a Administração Municipal não tenha tido a eqüidade necessária para trazer esses argumentos ao público na época devida, mas eu me comprometi moralmente com a Cidade a trazer alguns desses fatos e vou fazê-lo, não todos hoje, vou prosseguir neste exame, com mais cuidado, com mais apuro, porque as coisas contidas nestes relatórios, e quero deixar muito claro que eles não são secretos, que qualquer Vereador desta Casa pode, através de um Pedido de Informação, pedir, ou num Pedido de Providências solicitar uma cópia desses relatórios, para que tomem conhecimento deles. No caso da Receita Federal, eu vou me limitar a ler apenas a descrição dos fatos, que é a introdução do documento, são 10 linhas: “No exercício das funções de Auditores do Tesouro Nacional, encerramos nesta data a fiscalização na Empresa de Transporte Coletivo Trevo Ltda, a qual examinamos no exercício de 1985, 1986, 1987, 1988 e 1989...”
O SR. PRESIDENTE (Clóvis Brum): V. Exª passará a falar no tempo que lhe cede o Ver. Adroaldo Corrêa.
O SR. LAURO HAGEMANN: Eu agradeço ao Ver. Adroaldo Corrêa. “...as contas de Receitas de vendas de passagens sem desconto; Receitas de passagens de táxi-lotação, e Receitas extra-operacionais. Concluindo com os Autos de infração, IRBJ e IRRF, lavrados nesta data.”
Eu não vou me prolongar demasiadamente no exame destes Relatórios, porque haverá ocasião, ainda, de nos determos mais aprofundadamente sobre os relatórios. Apenas quero fazer menção ao relatório do IAPAS, também na Empresa Trevo. Diz que no exercício das funções de fiscais de contribuições previdenciárias, notificamos a empresa acima identificada, para apresentação de elementos de ação fiscal no prazo estipulado. Procedemos a verificação das folhas de pagamento, recibos de salários, dias, planilhas de horário, fichas de empregados, registros contábeis, onde constatamos: a) Documentos referentes a recibos de pagamento a empregados, tanto ao setor operacional, quanto ao setor da administração e manutenção, sem o devido registro contábil. b) Guias emitidas pela empresa com horário trabalhado, onde no verso era efetuado o pagamento diário, bem como guias não calculadas, mas pagas através de recibos avulsos. c) Planilhas com horários de trabalho e também com pagamento sem a devida contabilização.
Srs. Vereadores, é muito sério o que aconteceu nessas empresas sob intervenção, e isso não pode passar sem um registro específico para que a Cidade tome conhecimento. E eu volto a repetir, em boa hora os empresários oferecem à Prefeitura a condição de intervenientes nestas empresas, com a ameaça judicial de nocaute, através de uma notificação judicial. A Prefeitura teve então, sem querer, porque não estava nos planos da Administração que recém iniciava o seu trabalho, intervir em qualquer empresa, principalmente de ônibus, mas foi compelida a essa intervenção, pela ação intempestiva das empresas. E isto foi salutar à Prefeitura, porque pôde constatar o grau de deterioração a que tinha chegado o sistema de transporte coletivo, e pôde empreender medidas de correção, que ainda não foram concluídas, que estão difíceis de serem completadas, porque o processo tinha ido longe demais. Então a Casa adotou a prevenção de fazer passar essas intervenções pelo crivo da Câmara Municipal. Numa nova etapa da vida brasileira isso é muito salutar, mas é preciso que todas as coisas sejam postas com clareza em cima da mesa, e não apenas um lado da questão. E eu já disse e volto a repetir, talvez por incúria da Administração, esses dados não tinham sido trazidos ao conhecimento público, até por que esses relatórios foram concluídos há pouco tempo, exatamente quando os efeitos nocivos da deterioração, já referida, estavam começando a passar. Hoje o sistema coletivo não é um modelo de eficiência, mas já está começando a produzir algum resultado. Não vai ser fácil concluir esse trabalho em pouco tempo.
Por isso, Srs. Vereadores, eu repito mais uma vez, que não duvido que o Veto seja rejeitado, mas quero chamar a atenção da Casa para que os elementos que motivaram o processo que estamos discutindo, foram na época bastante distorcidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adroaldo Corrêa): Com a palavra, o Ver. Giovani Gregol.
O
SR. GIOVANI GREGOL: Presidente,
Srs. Vereadores, este tema da problemática, vamos afirmar assim, porque
realmente é um conjunto de problemas, portanto é uma problemática, dos
transportes coletivos da cidade de Porto Alegre e tudo que ele envolve, é uma
polêmica bastante usual nesta Casa. Eu me lembro, no início deste ano, quando
solicitado pelo meu Partido, acompanhei, na qualidade de observador, o ato das
intervenções do Executivo em algumas empresas de ônibus. E também designado
pela Liderança da minha Bancada, fiz parte daquela Comissão Especial que
analisou o chamado caso das fichinhas.
E
vejam só, Srs. Vereadores, quão acalorado foi o debate, e quantos equívocos se
cometeram, por que me lembro que um Vereador desta Casa subiu nesta tribuna e
mostrou aqui um saco de fichas do transporte coletivo, dizendo: “tem um
culpado” e dando a entender, naquela época, que teria sido a Administração.
Naturalmente que a nossa Bancada e as que compõe a Administração Popular
defenderam a Administração e disseram que aquilo não correspondia aos fatos. E,
durante as atividades daquela Comissão, viemos a constatar que era verdade
aquilo que a Administração afirmava e que as Bancadas que representam a
Administração Popular nesta Casa afirmavam peremptoriamente. Eu como membro da
CPI trouxe a esta Casa guias de exames médicos que a lei obriga que os carros
utilizados em trânsito no transporte coletivo são obrigados a ser submetidos.
Trouxe aqui da empresa Sudeste no dia em que veio um dos seus Diretores , Sr.
Guerreiro, Presidente da ATP. Perguntei-lhe se havia esta prática de fraudar
estas guias. Ele disse que não e apresentei as guias e inclusive cópias
autenticadas foram incluídas na CPI. Na empresa Sudeste existiam, e os
interventores encontraram guias onde só constava a data, ou constava apenas a
placa do ônibus ou nada disto, toda em branco, apenas com a assinatura do
funcionário, sem que o ônibus passasse por nenhum tipo de averiguação na SMT.
Esse é um testemunho que dou do tipo de ação e que creio não ser uma exceção,
mas uma praxe em muitas empresas de ônibus. Por exemplo, no dia em que o
Executivo Municipal interveio na Trevo - os proprietários já estavam esperando,
porque na verdade foram os grandes responsáveis pelas intervenções. Desafiaram
a Administração dizendo que se até a data tal a tarifa não subisse, e no valor
que eles haviam determinado, eles simplesmente sonegariam ao povo da Cidade o
direito de ir e vir e não restou outra alternativa à Administração. Naquele dia
eu encontrei nas garagens da Trevo dezenas e dezenas de táxis-lotação e ônibus
da Trevo-Tur todos nas mesmas garagens, sendo consertados com as mesmas peças,
mesmos funcionários e tudo isto pago pelo usuário do sistema do transporte
coletivo de Porto Alegre. E o transporte com tudo isto ia mal. Na mesma empresa
havia uma pequena indústria de lapidação de pedras preciosas sem registro no CIC,
CGC, não recolhendo nenhum tipo de contribuição social trabalhista. Quer dizer,
é uma situação incrível e coisas semelhantes encontramos em outras empresas.
Existia na realidade todo um sistema da conivência e de impunidade e estas
empresas, além de fazerem tudo isto, pegavam ilegalmente os lucros e aplicavam
em outras finalidades. É óbvio que dentro desse sistema o transporte coletivo
não podia andar bem e ainda estamos pagando o preço por isto. Esta é a razão
pela qual Porto Alegre é uma cidade que tem uma das frotas mais velhas. E isto
não se resolve a curto prazo. O que me causa desconformidade é que o Projeto de
autoria do Ver. Isaac Ainhorn não foi proposto pelo Vereador na sua
Administração. Pasmem! Quando...
O SR. PRESIDENTE: O Ver.
Antonio Losada se inscreve e se houver anuência dos Vereadores Artur Zanella e
Elói Guimarães cederá seu tempo ao Ver. Giovani Gregol. Há concordância. O
Vereador tem mais 10 minutos.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr.
Presidente, recebendo um pouco mais de tempo.
O Sr. Antonio Losada: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Giovani Gregol, sou
testemunho da satisfação, da alegria com que os trabalhadores em transporte
coletivo têm recebido a intervenção da Administração Popular. Há uma luta muito
grande desses trabalhadores no sentido de que se conserve essa intervenção. Há
uma expectativa muito grande no sentido de que os empresários não retornem a
essas empresas, dado a situação de descalabro, a situação de injustiça, de não
cumprimento de leis sociais a esses trabalhadores. Esses trabalhadores da
empresa Sudeste, VTC, Trevo têm constituído comissões de trabalhadores que
estabeleceram pela primeira vez no Brasil comissões de estabilidade no emprego.
Nenhum trabalhador dessas empresas pode ser despedido sem que passe pela
avaliação dessas comissões de trabalhadores democraticamente eleita. Isso, sem
dúvida nenhuma, é um passo que é importante no sentido do avanço da organização
popular através da base, através dos locais de trabalho. Obrigado.
O Sr. Dilamar Machado: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Participamos da comissão externa que esteve na VTC e Trevo e constatamos exatamente o contrário do que o Vereador acaba de dizer. Centenas de funcionários dessas empresas foram demitidos de forma desumana, por questões meramente políticas e substituídos por pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores. Discordo frontalmente do que o Vereador disse e constatamos pessoalmente, inclusive a existência de cárcere privado dentro de uma dessas empresas sob intervenção. Com relação, Ver. Giovani Gregol, ao pronunciamento inicial de V. Exª em que defende, acho que legitimamente, a intervenção, narrando um quadro trágico do que seria, por exemplo, a Trevo antes da intervenção, lapidação, Trevo-Tur, peças, oficinas, escoimado esse defeito, se é que ele existe, perguntaria a V. Exª, e daí? Qual é o resultado? Quantos ônibus novos a empresa Trevo colocou em circulação este ano? Qual foi a melhoria? E aqueles recursos fantásticos que V. Exª denuncia que eram desviados do lucro dessa empresa para comprar fazendas, empresas de turismo e lapidação de pedras preciosas estão aonde? Qual é o lucro que essa empresa deu esse ano sob a excelente e honesta Administração de V. Exas, o Partido dos Trabalhadores?
O SR. GIOVANI GREGOL: Em
primeiro lugar, nobre Vereador Dilamar Machado, gostaria de lhe dizer que esses
lucros que V. Exª taxa de fantásticos, não sei se classifico assim e teríamos
que quantificá-los, mas que sem dúvida nenhuma eram significativos como V. Exª
reconhece, tanto que serviam, possibilitavam a compra de todo esse patrimônio.
Esses lucros foram extremamente diminuídos sob a nossa Administração visto que,
inclusive, a tarifa passou a subir menos que a inflação, ao contrário do que
acontecia na Administração Alceu Collares em que elas subiam sistematicamente
mais. Portanto, os lucros foram diminuídos. Em segundo lugar, o Ver. Lauro
Hagemann trouxe aqui à baila de novo, nobre Vereador, os lucros eram muito
grandes porque não se recolhiam as obrigações trabalhistas praticamente, porque
se tinha sobre lucro financiando empresas de turismo. Nada disso as empresas
sob intervenção da Administração Municipal fizeram ou vão fazer, então,
naturalmente elas não têm todo esse lucro para investir na frota, por exemplo. Até
porque V. Exª também sabe, como um homem de bom senso que é, vou repetir
novamente que uma situação de sucateamento da frota em que hoje se encontra o
sistema em geral em Porto Alegre, não se reverte a pequeno e talvez nem em
médio prazo, Vereador. Teremos que investir tanto o Poder Público Municipal
quanto às empresas privadas, quer sob intervenção ou a administração dos seus
proprietários, quando vierem de novo readquirir essas empresas terão que
investir, ambas, pesadamente na renovação da frota. E perante as dificuldades
por que passa o Município, V. Exª sabe que não vamos ter uma melhora, portanto,
significativa da qualidade dos transportes em curto prazo. Isso é completamente
impossível face ao que se fez e ao que se deixou de fazer nos últimos anos e
veja bem não estou culpando a Administração Alceu Collares porque não vinha se
fazendo há algum tempo.
O Sr. Dilamar Machado: Só para informação de V. Exª, não sou o Ver. Dib e não faço conta de cabeça, mas guardo na cabeça algumas contas. Participei da Administração do Prefeito Collares. Vou afirmar e vamos discutir depois, talvez posteriormente com os números na mão, que durante o Governo do Prefeito Alceu Collares as tarifas de ônibus não subiram mais do que a inflação e vou mostrar a V. Exª posteriormente, com os dados, que durante o Governo de V. Exª não estou condenando. Ainda hoje no debate que o Prefeito Olívio participou da Rádio Guaíba, disse que não é o problema da tarifa, o problema do transporte é o problema da qualidade. O pessoal da Restinga, e o Ver. Luiz Machado que mora lá sabe disso, muitas vezes vem de lotação ou vem de táxi. Fazem lotação e vêm de táxi porque o povo quer o bom serviço, Vereador. Pergunto-lhe é isso e falo isso porque casualmente no caso da empresa Trevo eu conheço o proprietário que é o Sr. Silvestre, um homem velho, doente, quase octogenário, conheço a história daquela empresa. Pergunto a V. Exª se dava tanto lucro, com tanta falcatrua porque num ano inteiro a empresa Trevo não renovou sua frota em um ônibus sequer? E para sua informação durante o Governo Alceu Collares a frota de ônibus de Porto Alegre foi renovada em 300 veículos, e neste ano de intervenção a Cia. Carris, pelo que sei, entrou com um ônibus novo que havia sido comprado num consórcio durante a Administração do companheiro Castan. A empresa Trevo, até onde eu saiba, não renovou um ônibus sequer. Então, o que eu quero discutir com V. Exª não é a idéia da intervenção, que ela é ideologicamente forte e aceitável, é o resultado, o Secretário Antonio Hohlfeldt lamentavelmente ausente, sabe que o resultado foi negativo política e administrativamente para o PT.
O Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A tarifa durante a Administração Collares, V. Exª tem certeza disto? Foi 7.400%. Exatamente este número, inclusive, ratificado por vários relatórios da Administração Popular. E se V. Exª se socorrer dos dados da inflação oficial do IBGE durante o triênio 1986, 1987, 1988, que corresponde ao governo Collares, verificará que a inflação verificada neste período foi de 8.274%.
Portanto, comparando 7.400% que é o reajuste da tarifa de transporte coletivo em Porto Alegre de 1986, 1987 e 1988 com a inflação acumulada cujo número acabei de referir, V. Exª constatará que a tarifa subiu menos que a inflação no Governo Collares em Porto Alegre.
O SR. GIOVANI GREGOL: O
Ver. Vieira da Cunha, como sempre, defende a sua Administração. E este é o
papel nosso, aqui no Parlamente, discutir.
Mas queria dizer ao Ver. Dilamar Machado e aos outros Vereadores, que a
explicação do porquê a qualidade não subiu muito, porque para subir teríamos
que comprar, e não só comprar novos ônibus para aumentar a frota, porque o
número de ônibus está insuficiente, como renovar, trocar aquela frota que
existe, e isto exige pesados investimentos.
Para dar conta pelo menos em parte desses investimentos nós teríamos que
vender e aplicar na renovação da frota todo aquele patrimônio que foi comprado
com o desvio ilegal e ilegítimo do lucro auferido no transporte coletivo. Teríamos que
vender estas fazendas, estes imóveis, tudo isto - e o Ver. Dilamar Machado
concorda comigo - que foi adquirido, pelos empresários do setor,
irregularmente, para reinvestir. Daí compraríamos mais de centenas de ônibus,
provavelmente, que o Município precisa.
Quanto à questão dos trabalhadores, não quero
deixar passar em julgado. Na realidade, há meses os trabalhadores destas
empresas sob intervenção têm feito reiteradas manifestações, inclusive
manifestações de rua, públicas, isto não é novo, já tem quase seis meses,
solicitando que as empresas continuem sob a intervenção da Prefeitura, porque
os seus salários, os números comprovam, aumentaram, o seu tratamento dentro da
empresa melhorou. Há hoje uma Administração realmente democrática que consulta os
trabalhadores. E o seu tratamento como pessoa humana e como trabalhadores
melhorou.
Vou ter que concluir apenas dizendo que realmente
me causou espécie o fato de que este, - e não julgo o mérito do Ver. Isaac
Ainhorn -, que este tipo de Projeto, de proposta, do Ver. Isaac Ainhorn não
tenha sido apresentada no passado.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só queria fazer uma pergunta a V. Exª. Nós estamos vivendo no Brasil, um País capitalista onde a livre iniciativa tem livre trânsito?
O SR. GIOVANI GREGOL: Acho
que no Brasil, não sei, muitos teóricos dizem que a Revolução Francesa ainda
não chegou no Brasil. Eu, como modesto professor de história, concordo. Acho
que vivemos no Brasil uma situação mais cartorial do que qualquer outra.
Inclusive dizia aos meus amigos que a única salvação do capitalismo no Brasil
seria “Lula Presidente”. Agora, com Collor de Melo vão continuar os velhos
cartórios, subsídios, e tudo o que se conhece no Brasil, que tem nos levado à
crise econômica da década de 1980. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Artur Zanella. Ausente. Próximo inscrito é o Ver. Elói Guimarães.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, nós em diferentes debates e oportunidades, com aquela
responsabilidade e imparcialidade que sempre nos caracterizou, procuramos fazer
um diagnóstico da intervenção. A questão da intervenção do ponto de vista
institucional, ideológico, de vir para a Câmara ou não vir para a Câmara. Historicamente,
a participação da Câmara no processo geral de desenvolvimento do Município, no
que respeita as suas diferentes áreas, a postura progressista, historicamente,
é a da participação da Casa em todo o processo. Tivemos aqui a administração da
tarifa que não passou por bons períodos porque havia uma série de conotações,
mas era uma postura democrática e progressista. Então, historicamente a postura
progressista, ideologicamente bem colocada era daqueles que defendiam a
participação da Câmara no processo de administração do Município de Porto
Alegre. Essa era a postura histórica, progressista. Tanto é verdade, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, que tivemos oportunidade de dar um parecer
favorável à Emenda do Ver. Lauro Hagemann, aliás, à proposição, na questão da
Lei Orgânica, trazendo à Câmara a análise da tarifa, embora seja um dado
técnico para dar uma transparência do ponto de vista democrático. Portanto,
esta discussão que se faz no plano ideológico, filosófico, teve ou não a
representação popular que é legítima na Casa, participaram ou não nas decisões
maiores do Município. É uma tese que sustentamos antes, durante e pretendemos
sustentar depois. A Câmara Municipal é uma representação que deve participar
das grandes decisões do Município. Mas eu tinha dito em debates, eu fiz um
diagnóstico da intervenção. Reclamava no início da Legislatura que se segurava
a tarifa, informe real, é desvantajoso para alguém da oposição dizer que estava
fazendo-se demagogia com a tarifa, se fez demagogia, nós provamos tecnicamente,
é fácil se comprovar tecnicamente, segurou-se a tarifa no início da
Administração. Como é que se calcula a tarifa, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores? Quais os dados, qual a planilha? Qual a metodologia de cálculo?
Isso é um dado que pode ser apropriado por qualquer pessoa do povo, há um
método para se calcular a tarifa que é uma lei aprovada pela Câmara, onde tudo
ali está estabelecido. É bom que todos leiam a lei, e se dirijam à Secretaria
Municipal dos Transportes para ver, efetivamente, se a Secretaria dos
Transportes ao longo do tempo, antes e agora, segue o que estabelece a
metodologia de cálculo. Bem, se a Secretaria ao longo do tempo calcula de
acordo com a lei, com a metodologia de cálculo, procede corretamente. Outra
questão é a questão do capitalismo, essa discussão pode ser feita; vivemos uma
sociedade capitalista onde na metodologia de cálculo se estabelece um lucro
para o empresário? Sim. Ali tem lucro para o empresário. Bem, agora não podemos
fazer uma mistura ideológica porque então não temos saída; se entendermos que
devemos estatizar o transporte coletivo de Porto Alegre, façamos. Agora, o que
não podemos, Srs. Vereadores, é lidar na sociedade capitalista onde há
parâmetros de remodelação sem efetivamente repassar. Então, o que fez a
Administração Popular no início? Segurou a tarifa; não poderia ter segurado a
tarifa. Foi uma atitude equivocada e isso nós até numa postura desvantajosa
poderemos ir para a tribuna e fazer outro discurso. Mas nós preferimos nos
primeiros dias de Legislatura dizer: “olha, pelos dados fornecidos há
necessidade de reajustar a tarifa”. E dizíamos o seguinte: “administrar é
afrontar a impopularidade”. É exatamente se submeter à impopularidade. Mas, o
que acontece? A Administração para implementar um discurso que fez ao longo do
tempo segurou a tarifa, e aí ocorre o quê? Ocorre aquele conjunto de refregas
entre os operadores de administração e termina-se fazendo a intervenção. Tinha
que se fazer à intervenção diante daquele quadro. Diante daquele quadro a Administração
tinha que intervir. A Cidade não pode ficar sem transportes e o Município não
pode ficar sem transportes. Depois, outras questões, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, diria o Ver. Giovani Gregol, não se deve manipular dados. Não se
deve porque já no aparte disse o Ver. Vieira da Cunha: num determinado momento
pego uma tarifa, e pego a de outro Estado, e digo: “olha aqui, Porto Alegre é
mais barato”. Então, houve um conjunto de dados, uma manipulação de uma série
de dados que não tem fundamento. Se pegarmos a Administração Collares, vamos
ver que no curso da Administração a tarifa subiu menos que a inflação. E nós
estamos sujeitos, vejam bem, em face da disparada que se deu em cima dos
insumos dos transportes coletivos, da tarifa subir mais que a inflação. Se
pegarmos dados soltos, diremos que “aqui a tarifa subiu mais que a inflação
dependendo da época, dos momentos”. Mas pode acontecer da tarifa subir mais que
a inflação e isso não representar nenhum ilícito, por causa dos insumos; e está
sujeito a acontecer isso. Estamos na iminência, em face dos equipamentos de
trânsito ter tido uma disparada, de a Administração se ver constrangida para
explicar que a tarifa subiu mais que a inflação.
Então,
temos participado de debates, e entendo que - aliás, a população entende - que
a situação é extremamente delicada. O espectro em matéria de transportes
coletivos em Porto Alegre é delicado. A Administração tem que buscar uma
solução, porque não poderá conviver por muito tempo com toda essa situação,
esse quadro que vive a Cidade. O Município entende que ampliar a participação
nos transportes é uma decisão sua; Muito bem, mas não faça pelo método que está
adotando porque vai sair muito caro ao bolso popular. Se chegarmos no
empresário de transportes ele vende a empresa pela metade do preço.
Então,
o Município que amplie a participação via Carris. Não amplie através da
intervenção, porque isso é altamente negativo aos interesses do Município. É
uma discussão amazônica que poderíamos fazer. O que queremos é que a Administração
Popular pare e pense na questão dos transportes coletivos, porque mais forte do
que qualquer discurso é a opinião popular, pública. O PT tem que ouvir a
opinião popular. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. José Valdir.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, eu não pretendia discutir esse assunto, mas resolvi falar até
para, primeiro, colocar algumas ponderações sobre a questão da intervenção e,
segundo, responder a duas ou três questões colocadas pelo Ver. Dilamar Machado.
Eu gostaria de enfatizar que como liderança de movimento comunitário conheço
muito bem a situação do transporte coletivo do ponto de vista do usuário que
fica na parada de ônibus, do ponto de vista do usuário que muitas vezes é
vítima da sanha de lucro dos empresários ou vítima de algum mau trabalhador que
se vende para o empresário, ou seja, que trai a própria classe, porque isso
existe. Então, eu vejo, Ver. Dilamar Machado, essa questão do transporte
coletivo do ponto de vista do usuário, do ponto de vista do movimento
comunitário que há muitas administrações vem brigando pela melhoria do
transporte coletivo. Acho até que V. Exª tem razão numa coisa, acho que a
questão mais importante no transporte coletivo é a qualidade do transporte.
Acho que a questão da tarifa é importante, mas a questão mais importante é a
qualidade. Esta é uma ponderação. A outra, que o Ver. Elói Guimarães no tempo
em que era Secretário roubou o nosso discurso, lá na vila, nesta questão, exatamente,
reconhecendo que o problema do transporte coletivo é um problema estrutural, é
um problema que vem acumulando-se há muitos e muitos anos e não se formou nesta
Administração nem na Administração anterior. Inclusive, a própria intervenção
está aí a apontar até as origens desse problema, quando começou a cisão das
empresas. Então, quando o Ver. Dilamar Machado coloca que “O que a intervenção
resolveu, se não conseguiu dar um transporte coletivo melhor?” Eu acho que em
alguns casos conseguiu. No caso da Sopal até nem conseguiu, Vereador, tem
razão. Agora, eu pergunto: como exigir melhoras imediatas numa terra totalmente
arrasada? Os empresários passaram anos e anos sucateando esse transporte
coletivo, desviando dinheiro da frota, então, como pretender que a intervenção,
que foi para evitar um mal maior - hoje o Ver. Lauro Hagemann colocou muito bem
isso - um átimo resolvesse o problema? É exigir demais! Agora, eu, fazendo uma
avaliação da intervenção, eu acho que, com todos os erros que possa ter - e os
têm - ela evitou um mal maior. E a intervenção será sempre necessária, haja
vista que a Belém Novo não estava sob intervenção e foi necessário que a
Administração interviesse, para assumir o transporte a fim de garantir
transporte para a Restinga, e ninguém falou contra. Acho até que o Ver. Vieira
da Cunha tem razão em muita coisa que coloca com relação à questão da tarifa. É
uma questão que tem que ser aprofundada a questão da tarifa, e a relação de
aumentos na época do governo Collares. Agora, eu vou continuar votando contra
porque ele não apareceu, por exemplo, na Cidade, nas vezes em que vínhamos aqui
com o movimento comunitário pedir pelo amor de Deus que fizessem a intervenção,
que alguém tomasse uma atitude! E nem o Poder Executivo nem o Legislativo tomaram
atitude alguma para resolver o verdadeiro caos em que nós sempre vivemos no
transporte coletivo da Zona Norte. Por essas razões, eu vou votar como sempre
votei, a favor da intervenção, mesmo reconhecendo que ela tem uma série de
problemas e de erros, mas o Poder Público sempre vai ter que intervir em defesa
do mutuário. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Edi Morelli. (Pausa.) Desiste. Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.)
Convidamos
os Vereadores Luiz Braz e Jaques Machado para escrutinadores, tendo em vista
que a votação é secreta.
Solicito
ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores.
O
SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada
nominal.) Sr. Presidente, 27 Srs. Vereadores votaram.
(É procedido
o escrutínio.)
O
SR. PRESIDENTE: APROVADO o Projeto,
rejeitado o Veto Total aposto ao PLL n° 053/89, por 17 votos SIM e 10 votos NÃO.
PROC. N° 3389/89 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 020/89, que institui a Taxa de Socorros Públicos.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Wilson Santos: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. Com a palavra, o Ver. Artur Zanella.
O
SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, o único tributo que eu queria votar nessa rodada de votações,
nesse pacotaço que foi aprovado hoje por esse belíssimo acordo entre PDT e o
PT, era esse. Existe um Parecer da Auditoria contrário. Como existia um Parecer
da Auditoria contrário à taxa de iluminação pública, que foi aprovada. E, como
existia um Parecer da Auditoria contra a criação do centro de prevenção as
zoonoses, do Ver. Wilson Santos, que também foi aprovado.
Então,
pela relevância do assunto, pela necessidade de dotação de Porto Alegre de
serviços de proteção pública, tendo em vista inclusive proposição que
apresentei na Lei Orgânica, criando uma taxa de defesa civil, votarei a favor
desta taxa, porque os bombeiros de Porto Alegre, principalmente, necessitam de
recursos para atendimento de suas necessidades. Creio que assim, como na taxa
de iluminação pública, quem se sentir prejudicado tem a Justiça para recorrer.
Neste caso, na minha concepção, também creio que deva ser dado à Justiça
discutir nesse momento em que se alteram as Leis Orgânicas, as Constituições e
Leis Complementares. Então, mesmo indo contra o Parecer da Auditoria, votarei
favorável e espero que esta Casa, ao menos, tente dar condições aos nossos
defensores da Cidade, não somente do combate ao fogo, mas em todas as
calamidades que ocorrem na Capital, o que não possuem nesse momento.
Pela
aprovação e que, depois, a Justiça ou o Sr. Prefeito, que tem a Procuradoria
Geral do Município, que foi quem encaminhou o Projeto, arquem com a
responsabilidade. Meu voto é favorável e espero que esta Casa aprove esse
Projeto. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o
Ver. Elói Guimarães.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, a discussão sobre o Projeto não teria maior sentido, eis que
vamos aprová-lo.
Mas, eu aproveito a
oportunidade exatamente para destacar o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do
Sul, de Porto Alegre, pelo que ele tem feito à nossa comunidade. Uma das
Instituições - estou dizendo o óbvio - que goza de um carinho e de um prestígio
perante o nosso povo, a população, a Cidade, é o Corpo de Bombeiros.
Evidentemente que estamos criando uma taxa que vai pesar, ela terá um peso
significativo no elenco tributário com outras taxas e tributos. Mas o Corpo de
Bombeiros, e de um modo geral, o que os bombeiros significam para a sociedade é
algo que não pode passar sem que se sinalize porque, efetivamente, uma das
Instituições que goza do maior prestígio, não só pelo que faz, pelo que
representa, é o nosso Corpo de Bombeiros.
Então,
nossa manifestação, evidentemente, a Casa por unanimidade votará favorável, é
para aqui fazer um Voto de Congratulações, discutindo a Matéria ao nosso Corpo
de Bombeiros, ao seu quadro de pessoal, em que pese a falta de material, mas
tem o material humano e isto estou a dizer o óbvio, que orgulha a nossa Cidade
e o nosso Estado.
Portanto,
ao discutir esta Matéria, nada mais pretendemos fazer, senão fazer um Voto de
Congratulações a esta grande Corporação que tem o nosso Estado que é o Corpo de
Bombeiros. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Não havendo mais
inscritos para a discussão do Projeto, passamos para o período de votação.
(Pausa.) Não havendo quem queira encaminhar. Em votação: O Projeto tem três
Emendas. Vota-se o Projeto sem prejuízo das Emendas. Projeto n° 020/89,
Processo n° 3389/89. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO contra os votos dos Vereadores Vieira da
Cunha e Luiz Braz.
Aprovado
o Projeto, passamos às Emendas que serão votadas uma a uma. Emenda n° 01, de
autoria do Ver. Gert Schinke. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA a Emenda. Doze
votos contra e oito votos a favor.
Emenda
n° 02, de autoria do Ver. Leão de Medeiros. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda contra o voto do Ver. Vieira da Cunha.
Emenda
n° 03, de autoria do Ver. João Dib. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Requerimento
de autoria do Ver. Flávio Koutzii, que solicita seja o Processo n° 3389/89,
PLCE n° 020/89, que institui a Taxa de Socorros Públicos, dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua redação final, considerando-a aprovada
nesta data. Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. N° 3323/89 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 112/89, que cria cargos do Magistério Público Municipal, na Administração Centralizada do Município e dá outras providências.
Parecer Conjunto:
- da CJR, CFO, CUTHAB e CEC. Relator Geral Ver. Airto Ferronato: pela aprovação.
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão.
(Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento
de autoria do Ver. Flávio Koutzii, que requer, após a tramitação regimental,
seja o Processo n° 3323/89 - PLE n° 112/89, dispensado de distribuição em avulsos
e interstício para sua redação final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação o Requerimento (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Antes
de encerrar, convocamos os Srs. Vereadores para o dia 02 de janeiro, às 15
horas, todos os Vereadores, vamos eleger o Presidente da Comissão de
Sistematização, Vice-Presidente, Relator e dois Relatores-Adjuntos, solicito
que os Líderes comuniquem aos Vereadores não presentes. Desejo um feliz 1990
para todos os Vereadores, seus familiares, aos funcionários, desejando muita
paz e muito dinheiro no ano que vem. Um abraço a todos.
Estão
levantados os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 18h15min.)
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